13/03/2012 - MAIS DENÚNCIAS NO SENADO


Há pouco tempo os escândalos no Senado envolviam quase os 81 gabinetes dos senadores sobre nepotismo, apadrinhamento, verbas de gabinete que chegam a R$100 mil por mês para cada senador, sem contar que é o Senado um dos maiores cabides de emprego. Havia praticamente um diretor para cada senador. Havia diretor de planejar viagens, até diretor de garagens de carros, dentre outros absurdos. Todos com salários muito acima de R$20 mil. Foi até contratada a Fundação Getúlio Vargas para fazer uma reengenharia na área. No entanto, ao invés de reduzir empregados, o Senado fez mais um concurso para contratar mais 246 funcionários, bem remunerados, variando salários de R$13.833,00 até R$24 mil. Por exemplo, a distorção entre os salários da polícia do Senado será muito grande em relação à polícia em geral, a qual luta para que seja fixado um piso salarial para a categoria e o Congresso resiste.

Um funcionalismo de 1.946 pessoas é insuficiente para os 81 senadores, 24 por 1. Agora, eles querem que a relação passe para 27 por 1. Porém, existem comissionados por gabinete, contratados sem concurso, em média 35 funcionários por senador. Entretanto, existem brechas nas normas internas que leva a multiplicação de vagas. O campeão é Ivo Cassol (PP-RO) que tem 67 assessores; Clóvis Fecury (DEM-MA) emprega 56; Fernando Collor (PTB-AL), 54; Gim Argello (PTB-DF), 46. O incrível é que existe uma cartilha da diretoria do Senado, entregue no início do mandato, a Guia do Parlamentar, que estabelece 12 assessores por gabinete, sendo 5 técnicos, 6 secretários parlamentares e 1 motorista. No exercício do mandato o parlamentar realiza artifícios para ter um número mais de 4 vezes maior.

O governo federal tem plena condição de enviar projeto para corrigir essa e mais outras distorções. Na Câmara, a oposição ocupa apenas 17,5% dos deputados. No Senado, mal alcança 20%. Quer dizer, o governo da presidente Dilma domina mais de 80% do parlamento, sendo alto o índice de fidelidade. Será que a presidente está esperando uma moção popular, que reúna 1,3 milhão de assinaturas, para que um projeto de lei seja debatido no Senado? A lei da ficha limpa passou assim. Ontem, o CQC, programa da rede Bandeirantes de televisão, lançou campanha, já com mais de 300 mil assinaturas, em projeto que torne mais rigorosa a chamada Lei Seca. Enfim, enquanto em Brasília há uma orgia com dinheiro público, faltam recursos para saneamento básico, educação e saúde.

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