17/03/2012 - CUSTO BRASIL


O custo Brasil é feito de câmbio extremamente valorizado, elevados tributos, sob as formas de impostos, taxas e contribuições, angustiante burocracia, corrupção desmedida, infra-estrutura precária, mão de obra pouco qualificada e elevados encargos sócio-fiscais, os quais fazem com que o custo de vida do brasileiro fique bastante caro e isto se reflete sobremaneira Na aquisição de bens de consumo elásticos, os mais desejáveis, aqueles que são os mais visíveis. Daí, a enxurrada de brasileiros se dirigindo para o exterior fazer compras. Quando a moeda real foi lançada, ela já nasceu valorizada, quando da troca do cruzeiro real pelo real, mediante conversão pela Unidade Real de Valor (URV). Isto é, US$1,00 valia R$0,83. A idéia era combater a inflação também via câmbio. De 1990 para 1994, os gastos dos brasileiros no exterior subiram de US$1,6 bilhão para US$2,2 bilhões. O câmbio ficou fixo de 1994 até 1998, passando os gastos dos brasileiros lá fora para US$5,7 bilhões. No ano de 1999, com o câmbio flutuante, os gastos referidos desabaram para US$2,3 bilhões, até o primeiro ano do governo Lula, quando o dólar ainda mantinha-se muito alto. Porém, do 2º ano em diante do citado governo (2004), até hoje, a farra no exterior voou até US$21,2 bilhões, em 2011. Claro que isto é muito pernicioso, visto que muito contribui para o déficit no balanço de transações correntes. Além do mais prejudica as exportações de manufaturados, provocando desindustrialização.

A carga tributária no Brasil tem sido crescente desde 1946, quando era de 16% do PIB. Em 2011 alcançou 36% do PIB. Isto decorre por dois motivos. O governo federal tem elevado os tributos para também pagar os crescentes encargos da dívida pública, bem como os impostos brasileiros na sua maioria são embutidos nos preços dos produtos, sendo elevadíssimos, o que dificulta a sua percepção pela população, não gerando os devidos protestos. A burocracia, examinada pelo Banco Mundial, coloca a prestação dos serviços públicos brasileiros em 136º lugar, entre 184 países examinados. A corrupção é calculada pela ONG Transparência Internacional, que coloca o Brasil em 69º lugar no mundo no aspecto citado. A infra-estrutura precária mostra o caos que são portos, aeroportos, estradas, saneamento, dentre outros, tendo o governo criado o PAC em caráter emergencial. A mão de obra é pouco qualificada pelas deficiências do sistema educacional, reprovado pelas avaliações tanto feitas interna como externamente, pelo próprio MEC e pela OCDE. Os encargos sócio-fiscais são em torno de 102% do salário, conforme estudo muito conhecido do professor José Pastore da USP.

A revista Veja da semana passada trouxe a prova cabal do acima exposto, mediante exame do preço do iPhone. Na sua terra natal, os Estados Unidos, habilitado, ele custa 815 dólares; na Suíça, 823; na China, 935; no Reino Unido, 950; na Alemanha, 983; na Itália, 1.036; no Brasil, 1.650 dólares. Isto é, mais do que o dobro do que é vendido no território americano.

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