DO ATAQUE EXPOSTO AO GIGANTE SVB
O colapso que tem passado o Silicon Valley Bank (SVB), um dos
bancos gigantes dos Estados Unidos, considerando ser banco de ponta, no chamado
Vale do Silício, onde se encontram instaladas as maiores empresas de tecnologia
do mundo, no Estado da Califórnia, aquele Estado também gigante, que, se fosse
país independente, teria o quinto PIB global. O SVB quebrou e suas causas ficaram
explicitas pela corrida bancária, dado que foi fechado por reguladores
governamentais, assombrando a economia global, visto que foi a segunda maior
quebradeira de banco nos Estados Unidos, em termos de volume financeiro. O colapso
minou a confiança de investidores, fontes de financiamentos de startups e de
empresas de tecnologia mundial.
O banco de startups, o SVB, isto é, de empresas inovadoras do
maior centro tecnológico do mundo, financiava tais empresas a taxas de juros
razoáveis para a economia americana. Entretanto, a inflação americana, que se aproximou
de dois dígitos, chegando a 8,6% em doze meses seguidos, levou a prejuízos, em
termos reais, visto que em termos nominais, os juros dos empréstimos eram bem
menores do que a inflação, corroendo seus recursos.
Não bastasse isto, houve uma corrida ao SVB, para saques e
resgates de aplicações em títulos públicos federais, os chamados treasuries
americanos, visto que a maioria dos recursos do SVB estava aplicada em títulos
do tesouro dos Estados Unidos, de longo prazo, com taxas bem inferiores as do
processo inflacionário.
Mais três bancos foram colapsados, o Signature Bank e o
Silvergate nos Estados Unidos, assim como o Credit Suisse na Europa, todos
pelos mesmos motivos, qual sejam os de elevação das taxas básicas de juros pelo
mundo, como forma de combater a inflação. Os bancos centrais estão socorrendo
tais bancos.
A lição de 2008, quando quebraram o Banco Solomon Brothers e
várias financeiras ligadas ao mercado das hipotecas nos Estados Unidos,
irradiando-se para as grandes empresas americanas, em particular, para as
indústrias automobilísticas, ficou aprendida, porque os bancos centrais
injetaram de pronto dinheiro nas financeiras. Porém, o quadro ainda não está
sanado, visto que a inflação mundial continua alta e que os bancos centrais continuam
com sua política ortodoxa de continuar elevando os juros da taxa básica das
economias globais.
No caso brasileiro, a taxa SELIC continua elevadíssima, em
13,75%, mediante ataques da presidência da República e da equipe econômica, que
estão propondo derrubá-la. Porém, os arautos do Banco Central continuam firmes
em mantê-la no atual nível, por um bom tempo, até que a inflação regrida aos
níveis bem comportados.
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