TAXA NEGATIVA DE JUROS



O Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros em 2% ao ano, pela segunda vez consecutiva, ontem, em sua reunião de cada 45 dias. Não há registro de taxa básica de juros tão baixa. Assim, a taxa referida permaneceu em seu nível mais baixo da série histórica do BC, cuja origem ocorreu em junho de 1996. O comunicado do BC, como ocorre depois de dois dias seguidos de reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) deixou o recado de que não vê mais espaço para reduzir a citada taxa. Tampouco, para elevá-la. Ou seja, de que ainda não é necessário elevar a Selic. Deu uma idéia confusa mesmo, perante uma inflação insidiosa e as dificuldades do governo  rolar a dívida pública com taxa Selic tão reduzida.

Na consulta ao site MoneYou se vê que há cálculo médio dos juros brasileiros, em termos reais, está em menos 0,75% ao ano. Mesmo assim, a saída de capitais do País continua, principalmente porque não existe ganho real no mercado financeiro para os dólares internalizados. Dessa forma, o dólar continua sua ascensão de valorização de mais de 40% neste ano. Isto é ruim porque a elevação do dólar retroalimenta o processo inflacionário.

Os dois movimentos, de baixa taxa Selic e da continuidade da valorização dólar deveriam fazer subir a bolsa de valores. No entanto, não foi isso que aconteceu. Pelo contrário, a bolsa caiu 4,25%, aos 95.368 pontos, sendo a maior baixa desde 24 de abril, de 5,45%, naquela época, em plena ojeriza da pandemia do covit-19.

O que mais aconteceu? Nova onda de avanço do covid-19 na Europa e nos Estados Unidos derrubou as bolsas de valores pelo mundo. Fortes quedas e que influenciaram a bolsa brasileira. Ademais, está findando o ano, as reformas não avançam no Congresso Nacional, até porque muitos parlamentares estão mais preocupados com as eleições municipais, bem como a economia brasileira está reagindo muito pouco, visto que os Estados ainda continuam fazendo uma flexibilização gradual do isolamento horizontal de combate ao covit-19.

Influenciando também o mau humor das bolsas, tem-se o governo federal, que  continua fazendo suas trapalhadas. O presidente da República editou um decreto, incluindo as Unidades Básicas de Saúde no Programa de Parceria e de Investimentos. A reação dos mercados também foi ruim, e ele, no mesmo dia, anulou o referido decreto.

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