INFLAÇÃO CONTRATADA


O indicador oficial da inflação é o Índice Nacional de Preços ao Atacado (IPCA). Trata-se de uma cesta de produtos de mais de quatrocentos itens, explícitos pelas suas unidades e respectivos preços, os quais somados levam a uma média aritmética, calculada pelo IBGE, quinzenalmente, como prévia (IPCA-15) e, mensalmente, como indicador inflacionário, para fins estatísticos e de contratos. A política econômica conjuntural é de manter a inflação dentro de um centro de uma meta de 4,00%, para este ano, com viés de 1,50% para cima ou para baixo, conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A taxa inflacionária vinha muito abaixo do centro da meta de 4,00%, em doze meses. Em maio estava em 1,88%, abaixo do piso de 2,50%, fixado pelo CMN. Porém, nas últimas semanas, a inflação disparou. Em setembro chegou a 3,14%, acima do piso, mas abaixo do centro da meta. A teoria ortodoxa é de que se combate a inflação com aumento da taxa básica de juros (SELIC), quando está se eleva e vice versa. Hoje o Banco Central (BC) define como fica ou se muda a SELIC. Esta está em 2,00% anuais. O mercado financeiro, auscultado pelo BC, acredita que será mantida em 2,00%. Os aplicadores em renda fixa estão tendo prejuízos, dados que os fundos de investimentos seguem de alguma forma, a SELIC.

Consultorias econômicas acreditam que a inflação continuará se elevando. A prévia do IPCA-15 para outubro foi de 0,95% (é de pasmar: para um único mês, o que não ocorria para outubro desde 1995). Espantou os economistas. Os analistas financeiros consultados semanalmente pelo BC projetam elevação da SELIC para o próximo ano. Haverá ainda outra reunião neste exercício. Contudo, se a inflação se elevar muito, poderá até haver uma alta da SELIC.

A consultoria MB Associados acredita que a inflação subirá até maio, indo ao patamar de 5,40% anuais, visto que os preços dos alimentos continuarão ocorrendo na cesta do IPCA, devido à alta dos alimentos internacional. Assim, há uma inflação contratada para os próximos meses, o que é complicado.

Há um pouco mais de dois meses, as reformas estruturais empacaram no Congresso Nacional e a pandemia do novo coronavírus continua, restringindo o deslanche da atividade econômica. A equipe econômica tem afirmado que os auxílios governamentais cessarão em dezembro. O ano que vem promete por assombrações.

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