NOVO NÃO NORMAL

Economistas costumam criar figuras de linguagem para a incerteza. Assim, quando a pandemia do novo coronavírus se iniciou em março deste ano, já a sete meses dos mecanismos de isolamento social, que levaram a economia mundial para a recessão, ficou sendo chamado como novo normal. Quer dizer, o combate à pandemia, entre optar pela economia ou a saúde, optou-se mais pela defesa da saúde, porém  com mecanismos recessivos, onde os países regrediram e a pobreza extrema (pessoas que percebem até US$1.90 por dia, por volta de R$10,00) deverá ser elevada para cerca de 100 milhões de pessoas (o FMI projetou 90 milhões e o Banco Mundial 115 milhões).

Miriam Leitão, jornalista do grupo O Globo, quando não está fazendo férrea oposição ao governo de Jair Bolsonaro, consegue às vezes fazer boas colocações, ainda que sejam retiradas de fontes econômicas conhecidas. Em seu artigo de hoje, ela cita o coordenador da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Armando Castelar, que afirma que a situação de agora é o novo não normal. Nas palavras dele: “Acho que a pandemia vai ficar como está nos próximos 12 meses, até ter vacina testada, provada e aplicada em todo o mundo. Vamos viver esse clima dos últimos meses no qual (a pandemia) não está explodindo, mas não vai embora. Esse novo ‘não normal’ mostra vendas de comércio recuperando bastante pela internet, com menos gente nos shoppings. Em São Paulo, tem gente vendendo imóvel pela internet, incorporadoras fazem filme, e o comprador fecha negócio sem visitar”.

No oceano de incertezas há aqueles como Castelar que se refere aos próximos 12 meses de pandemia. Mas, dizendo “acho”. Ora, o seu pessimismo é muito grande. Países como a Rússia já tem duas vacinas, sendo a primeira testada desde setembro e a segunda agora em outubro. No mundo há mais de 100 vacinas sendo testadas. No Brasil, a flexibilização dos mecanismos de combate à citada pandemia estão sendo relaxados. O governo federal se refere a que somente dará as ajudas de emergência até 31 de dezembro. Parece que no ano que vem haverá crescimento econômico, por volta de 3%, recuperando parte da recessão deste ano, conforme vários analistas financeiros sejam de consultorias ou dos bancos que mantém departamento econômico. É melhor não acreditar que haverá um caos no próximo ano. A própria agencia de risco Moody’s mantém a nota brasileira, dois níveis abaixo do grau de investimento, acreditando que o Brasil enviará ainda neste ano as reformas estruturais ou no próximo inicio do ano.

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