27/12/2017 - DEFICIT PRIMÁRIO É O MAIOR EM 11 MESES
De janeiro a novembro deste ano o déficit primário alcançou
R$102 bilhões, sendo o maior em 20 anos. Na verdade, de 1998 a 2013, houve 16
anos de superávit primário. Porém, em 2014, ano em que a ex-presidente Dilma
fora reeleita, houve déficit primário. Em sua campanha ela dizia que as contas
estavam equilibradas. Mas, não. Havia empréstimos ou adiantamentos dos bancos
federais, disfarçados, para fechar as contas nacionais. Isso foi chamado de
pedaladas fiscais. O Tribunal de Contas da União recomendou o acerto e isso
levou a déficits primários crescentes, que não pararam em quatro anos. Isto
porque a economia entrou em recessão no segundo trimestre de 2014, caindo
severamente a arrecadação. Somente em 2017 a recessão parou, mas não foi
suficiente ainda para recuperá-la.
Neste exercício houve o bem sucedido leilão das
hidrelétricas, em setembro, que garantiu ao Tesouro Nacional ingresso de R$12
bilhões em novembro, permitindo superávit mensal de R$1,348 bilhão, o melhor
resultado para o mês desde 2013. De janeiro a novembro o Tesouro Nacional fez
esforço fiscal de R$70,847 bilhões, mas a economia não é suficiente para cobrir
o buraco da Previdência, que chegou a R$173 bilhões. Em 12 meses, o rombo das
contas públicas já está em R$167 bilhões. Porém, a expectativa governamental é
encerrar o ano de acordo com o déficit aprovado pelo Congresso, de R$159
bilhões. Há expectativa de novos pagamentos de concessões de R$10 bilhões de
leilões de petróleo e R$3 bilhões de aeroportos.
O déficit da Previdência está sendo explosivo. Não foi
conseguida a aprovação da reforma previdenciária neste exercício. No entanto, o
governo quer realizá-la no final de fevereiro vindouro. Para tal está usando a
compra de votos por emendas de parlamentares, aumentando, portanto, gastos,
usando bancos públicos para emprestar a Estados, que convençam deputados para
aprovar a citada reforma e anistia a devedores. Uso político dos bancos
públicos foi um dos motivos que levaram o País à atual situação fiscal e o
responsável pelo afastamento de Dilma, em 2016. A diferença é que, no
Congresso, Dilma tinha perdido a maioria de deputados. Temer tem a maioria,
rezando a oração de São Francisco: “é dando que se recebe”.
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