04/12/2017 - REVISÕES DO PIB PELO IBGE
Para surpresa geral, o IBGE reviu a taxa de crescimento do
PIB de 2015 e de 2016. Até três anos ele pode fazer revisões de taxas. No
início de novembro, a medida de retração da economia de 2015 mudou de - 3,8%
para - 3,5%. Anteontem fez a revisão de 2016. A taxa melhorou de - 3,6% para - 3,5%.
Considerando que a recessão começou no segundo trimestre de 2014, o acumulado
do período até dezembro de 2016, tem novo número, de – 8,2% do PIB. Já, na
recessão de 1981-1983, provocada pela explosão da dívida externa, em razão dela
ser a maior componente da dívida pública de então, as taxas de juros flutuantes,
quando os Estados Unidos, visando atrair os petrodólares elevou a taxa de juros
dos seus títulos públicos para além de 20% ao ano e a dívida brasileira era
taxas flutuantes de juros, o número recessivo acumulado alcançou - 8,5%. Assim,
acreditava-se que a atual recessão fora a maior. Mas, não. Colocou-se agora
como a segunda maior. A pior recessão das estatísticas do IBGE foi a de
1981-1983. O fator assustador daquela época foram os expressivos choques do
petróleo de 1973 e de 1979. O mundo se defrontava com a falta de alternativas
energéticas, com a escassez da matéria prima e a ameaças da OPEP. A recessão
daquela época selou o fim dos 21 anos da ditadura militar. O atual fator
assustador, de como ainda não se sabe como se sairá, é o imenso déficit público
acumulado, desde 2014, garantido até 2018, por aprovação do Congresso. A
recente recessão levou também ao impeachment de Dilma Rousseff. No século
passado, a terceira maior recessão fora a de 1989-1992. O Plano Collor I e o
Plano Collor II foram desastres e também ajudaram para o impeachment de
Fernando Collor. A quarta pior fora a de 1930-1931, decorrente da Grande Depressão
dos Estados Unidos, atingindo também o Brasil, enfraquecendo a oligarquia
agrária e o fim da Nova República. Getúlio Vargas assumiu e promoveu a
indústria substitutiva de importações.
A recessão atual passou a ser percebida como a mais trágica.
Porém, o embrulho está tão grande que, para manter-se no poder, Michel Temer
tem feito concessões aos parlamentares e a empresários, que reduzem receitas
para a União e elevam os gastos, além de restabelecer parcialmente a confiança
de empresários e de consumidores, na firmeza do aparelho econômico. Ademais,
neste ano, até setembro, a economia cresceu 0,6% em relação a 2016. A
construção civil se afundou em - 6,1% no mesmo período. Os investimentos do PAC
caíram em 47%, em um ano, de R$46 bilhões, para R$31 bilhões. As perdas das
reduções das obras, que multiplicam investimentos, pesaram contra o PIB
anualizado por volta de 0,4%. Quer dizer, se o PIB iria crescer 1%, poderia
crescer 1,4%. E, no ano que vem mais do que os esperados 2,5%.
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