09/12/2017 - PREVIDÊNCIA É PROBLEMA SÉRIO
O artigo de Antônio Delfim Netto do dia 6, passado, “Problema
Sério” é taxativo: “é absolutamente necessária a reforma da Previdência, sem a
qual a destruição da economia brasileira é apenas uma questão de tempo. É
preciso repetir: a reforma não é para salvar o governo e muito menos para
salvar Temer (que será julgado a partir de 1º-01-2019, sem foro privilegiado).
A reforma da Previdência é necessária (ainda que não suficiente) para garantir
o controle fiscal nos próximos quatro ou cinco anos e, consequentemente, para
que possamos aproveitar a janela de crescimento de 2018. Ela alterará de forma
radical o processo de recuperação da economia nacional, condição necessária
para a execução de uma política inteligente de estímulo à volta do crescimento
inclusivo. Alguns números convencerão o leitor: de 2007 a 2016, a receita da
Previdência cresceu à taxa anual de 10,9% (praticamente igual ao PIB nominal) e
a despesa cresceu à taxa de 11,2% ao ano (Claro, em termos nominais)... Sem
reforma, ele (o déficit previdenciário) comerá, ao longo do tempo, os recursos
da educação e da saúde. A demografia não perdoa”.
Quando Delfim se refere à condição necessária e não
suficiente é porque são precisas outras reformas, para a suficiência; para o
crescimento econômico. Quando ele se refere ao crescimento da arrecadação e da
despesa pública em termos nominais é porque o PIB é dado a preços constantes
(descontados a inflação anual). Assim, em longo período a despesa tem crescido
mais do que a receita e, sem dúvida, aí está a conta previdenciária. Quando ele
se refere a que a demografia não perdoa é que, fatalmente, como todo país que amadureceu,
a população idosa será preponderante e não há país que retornasse às origens.
Sim, a questão é preponderantemente demográfica. Em entrevista à revista Isto
é, datada de 06, passado, o pesquisador venezuelano José Luis Cordeiro,
vislumbra um bom futuro para a humanidade. Para ele, até 2045, a cura terá sido
encontrada para doenças como câncer, Aids e Parkinson, das mais incidentes no
mundo. Ele que é integrante da Academia Mundial de Arte e Ciência, diretor do
Millennium Project, iniciativa da ONU que reúne cientistas para pensar o
futuro. Para ele: “Por causa dos avanços tecnológicos, somos mais humanos e
vivemos em um mundo melhor”. Em suma, os humanos viverão cada vez mais. Claro,
isto explodirá a Previdência, como está, que terá vivedores crescentes e
recursos que não crescerão na mesma proporção.
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