05/12/2017 - DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A principal razão da necessidade de fazer-se a reforma da
Previdência Social é o déficit previdenciário crescente, na medida em que a
população envelhece e cada vez mais há aposentados e pensionistas. A
expectativa de vida do brasileiro tem crescido e hoje está por volta de 76
anos, enquanto isso pessoas se aposentam por volta de 50 anos. Porém, a questão
da idade não é única. Há direitos garantidos e formas de transição para os
aposentados, no caso de elevação da idade. A proposta não tem consenso no
Congresso e dificilmente será aprovada neste exercício. O fato é que pelo menos
deveria ser aprovado à idade mínima, pela coerência com a expectativa de vida.
Claro, um pouco abaixo dela, mas não tão distante. Se a PEC fosse só disso
seria aprovada.
Há uma polêmica do que existem muitos tributos destinados à
previdência, à saúde, à expectativa de vida. Porém, o déficit previdenciário deve
ser calculado pela receita do INSS com o pagamento de aposentadorias e pensões.
O déficit tem sido explosivo também porque o governo federal ainda realiza
substanciais renúncias fiscais. Assim, há benefícios tamanhos que se não fossem
concedidos, o déficit da Previdência Social seria 40% menor, conforme recente
relatório sobre Aspectos Fiscais de Seguridade Social no Brasil. Por ele, vê-se
que o INSS deixou de arrecadar R$57,7 bilhões em 2016, mediante isenções e as
desonerações na contribuição patronal para a Previdência. Sem os benefícios, a
Previdência Social teria fechado o ano passado com déficit de R$80,4 bilhões,
ao invés do resultado negativo de R$138,1 bilhões. Quase igual ao déficit
primário. Ou seja, o rombo nas contas públicas é dado principalmente pelo
déficit previdenciário.
O relatório levantou as renúncias fiscais de 2007 a 2016. As
renúncias passaram de R$14 bilhões em 2007 para R$66,5 bilhões em 2015. Caíram
para R$57,7 bilhões em 2016, perante a reversão parcial da desoneração da folha
de pagamentos. No mesmo período, o déficit do INSS subiu em ritmo maior, de
R$38 bilhões em 2007 para R$138,1 bilhões registrados no ano passado,
influenciado pelo incremento no desemprego a partir de 2015.
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