11/12/2017 - ECONOMIA INTERNACIONAL
As nações que se tornaram ricas combinaram o desenvolvimento
da sua economia doméstica com as relações da economia mundial. Os impérios
cresciam e anexavam territórios. As transferências de riqueza aconteciam pelas guerras
de conquista e no comércio global. A grande potência dos mares foi a
Inglaterra, no surgimento e consolidação do capitalismo. Sucedeu-lhes os
Estados Unidos da América, pontificando hoje com a maior riqueza mundial.
Surgiram também outros países europeus, os tigres asiáticos e nas últimas
décadas se agigantou a China, hoje segunda economia global. Dessa forma, uma
economia desenvolvida é uma economia aberta. No entanto, isto ainda não
aconteceu com o Brasil. Por longo período, o País se colocou como primário
exportador (1500-1930), muito sensível às variações das commodities. A sua
indústria fora proibida em 1703, pelo Tratado de Methuen. Portanto, a economia
nacional sempre teve no Estado o papel de seu protetor. Ainda hoje o País
participa muito pouco das transações internacionais, somente 1%, quando possui
o 8º PIB mundial.
A esse respeito, em artigo na Folha, do dia 9, passado, Marco
Sawaya Jank, intitulado “Protecionismo à brasileira”, assim se refere: “O
Brasil é um dos países mais fechados do mundo. Ocupa a 8ª posição entre 134
países com maiores tarifas de importação sobre bens industriais, 14,%, ante 8%
na média da OMC. A relação comércio/PIB está entre as menores do mundo. Além
disso nos desconectamos do mundo ao não assinar nenhum acordo comercial
relevante e não participar das grandes cadeias de valor, que marcam o
desenvolvimento do capitalismo no século XXI. Na realidade, nosso protecionismo
é quase centenário, já que tem sua origem no modelo nacional-desenvolvimentista
de substituição das importações, criado por Getúlio Vargas nos anos 1930. É
fato que no início dos anos 1990 houve um esforço para abrir a economia, que,
com raras exceções, não foi suficiente para integrar o Brasil ao mundo. Ao
contrário, a partir dos anos 2.000, a abertura sofreu um severo revés, com o
aperfeiçoamento de procedimentos excêntricos, que caracterizam o que poderíamos
chamar de ‘protecionismo à brasileira’”.
Inúmeros mecanismos de proteção estão em vigor e são eles que
impedem acordos comerciais de grande representatividade, tais como a Comunidade
Econômica Européia. O que se vê é um conjunto de empresários pleiteando
vantagens sobre o crédito oficial, tal como taxas baixas, subsidiadas, anistia
na agropecuária, impostos de importação, favorecendo à industria. Estes
mecanismos impedem que o País cresça mais, enquanto países que estavam atrás do
Brasil, tal como a Índia, está lhe ultrapassando, mediante grande abertura
comercial.
Comentários
Postar um comentário