LIÇÕES AMARGAS



Lições Amargas, com 256 páginas, é o título do livro do economista Gustavo Franco, de 65 anos, ele, que marcou passagem marcante como professor da PUC/RIO, presidente do Banco Central e fundador da Rio Bravo Investimentos. Franco participou da comissão daquela universidade com a UNICAMP, para elaboração do Plano Real, em suas três fases, desde início de 1994 e em vigor até hoje. Em janeiro de 1994 se iniciou o Fundo Social de Emergência (1ª fase). De 28 de fevereiro a 30 de junho se fez a transição monetária, pela Unidade Real de Valor (uso de tabela diária, na sua segunda fase). Em 1º de julho se implantou a nova moeda, o real (3ª fase). Convém lembrar que o Plano Real resgatou o Brasil da hiperinflação, estabilizando a moeda brasileira, que sucedeu depois de 10 moedas inflacionárias.

Na comissão referida, como pais do REAL são também citados Pedro Malan, Edmar Bacha e André Lara Resende. Todos os quatro ainda célebres economistas vivos. Na época foram dadas condições para que o Brasil fosse chamado de um país em desenvolvimento e não mais de subdesenvolvido, cuja principal característica deste último é de inflação muito alta, que desorganiza o sistema de preços, frequentemente, desestabilizado. Porém, a estabilidade monetária do Plano Real preparou a base para o bom crescimento econômico, que seria dada também pelo superávit primário, alcançado de 1998 até 2013, mesmo após sucessivos problemas monetários, de ataques especulativos que ocorreram no mundo, de 1994 a 1999. O governo de Lula prometeu respeitar os contratos e de 2003 para 2010, o País conheceu com ele taxa media anual de 4% ao ano. O governo de Dilma procurou alavancar ainda mais o que Lula fizera, mediante as pedaladas fiscais, quais sejam as postergar os gastos governamentais, os quais foram exigidos em 2014 e o País alcançou de novo em cerca de 9 déficits primários. Lula preparou a armadilha para Dilma. A pandemia do covid-19 agravou os déficits primários e hoje, de 2021 para 2022, está muito difícil sair do quadro de baixo crescimento econômico. O Brasil chegou a estar em 6º lugar no ranking mundial, mais atualmente está em 12º. Para Gustavo Franco, em seu livro citado, ele diz ter uma decepção muito grande, já que acreditava a partir dos anos de 1990 que o Pais seria rico. Dessa forma, ele diagnostica que o País está estacionado há décadas e continua falando de reformas estruturais, que o resto do mundo já as realizou e aqui se vê impossibilitado pelo caos político que existe no Congresso Nacional.

Em entrevista à revista Exame, por videoconferência, de agosto de 2021, p. 26 a 30, assim a revista retrata o autor: “Olhando para a frente, defende uma terceira via que freie a polarização e implemente um ‘new deal’, capaz de trazer pujança à economia brasileira... Ele acredita ser necessário enunciar um novo formato e um novo cardápio de reformas e talvez o próximo governo seja um gatilho para isso. No cenário internacional, o economista avalia que excessos de liquidez historicamente se encerram bruscamente e com destruição de riqueza financeira”.

Aqui também cabe uma reflexão. Os excessos de liquidez foram para que os bancos centrais defendessem os países da pandemia do covid-19. Entretanto, com o fim anunciado da pandemia para os próximos meses, os excessos de liquidez já começaram a elevar a inflação dos países, que antes tinham ou ainda têm a moeda estabilizada.

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