CADEIA DO AGRONEGÓCIO

24-09-2021


A contabilidade nacional, feita no Brasil pelo IBGE, divulga trimestralmente o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Wassily Leontieff, economista russo, ganhador de um prêmio Nobel de Economia, radicado nos Estados Unidos desde os anos de 1930, o qual criou o sistema de contabilidade nacional ou social, evidenciado pelas três óticas do PIB. A ótica do próprio PIB, no sentido estrito, que é a da oferta nacional, sendo esta feita pelo setor primário (agropecuária), setor secundário (indústria) e setor terciário (comércio e serviços); a ótica da DEMANDA AGREGADA, que se trata do consumo das famílias, dos investimentos privados, gastos governamentais e do setor externo (exportações menos importações; como as importações vem como oferta externa, ela é agregada à oferta nacional, compondo a oferta agregada); a ótica da RENDA INTERNA BRUTA (RIB), que é o somatório dos rendimentos salariais, comissões, aluguéis, juros, dividendos e outras rendas. O formato explícito se tornou clássico, na exposição da chamada matriz insumo-produto de Leontieff. Porém, quase um século depois, outras óticas têm sido definidas.

Dessa forma, no Brasil, como o setor primário recuperou a sua preponderância, que tinha até os anos de 1950, quando tinha perdido força para os outros dois setores, fortaleceu-se uma nova ótica, que se chama de cadeia do agronegócio. Em si, o agronegócio representa 7% do PIB Porém, quando se coloca a agroindústria e os serviços relacionados ao campo e as exportações, a participação dessa cadeia alcança 25% do PIB. Ao se acrescentar ainda os 10% da pequena produção, o setor agropecuário fica em 35% do PIB. A indústria por volta de 10% e o comércio e serviços em 55% do PIB. A elevação do faturamento do agronegócio, hoje também chamado de agropecuária, é resultado da elevação dos preços dos seus principais produtos e pelo crescimento populacional do mundo.

Mais produtiva, a agropecuária quase triplica o faturamento nos últimos 20 anos. No ano 2.000 a sua receita em bilhões de reais era de 378 e em 2021 é esperado um valor bruto da produção de 1.100, conforme valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV, constante da revista Exame, de agosto de 2021, p. 15. Assim, em duas décadas, a produção rural, a exemplo de grãos, deu um salto da safra 2000/1 de 100 milhões de toneladas, para 260 milhões de toneladas em 2020/1. Por seu turno, a área plantada, em milhões de hectares, saiu de 37,8 milhões para 68,8 milhões. Já a produtividade em quilos, por hectare, elevou-se de 2.649 para 3.790, conforme a mesma fonte, que colecionou dados do CEPEA, ESALQ/USP, CONAB, FGV/DADOS, IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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