INFLAÇÃO BRASILEIRA
11-09-2021
Mário Henrique Simonsen, famoso ministro dos anos de 1980, professor, engenheiro e economista, dizia que a inflação decorre da incompatibilidade distributiva do governo. Isto é, como o PIB é distribuído no modelo de três setores, famílias, empresas e governo, o adicional do produto, distribuído sobre a forma de renda, demonstra incompatibilidades, perante atuação do governo, ao praticar as políticas econômicas clássicas: fiscal, monetária e cambial. A esse respeito, Simonsen não privilegiou a colocação do quarto setor no modelo, que seria o setor externo. Estudos da Fundação Getúlio Vargas já apontaram que a inflação da balança comercial (exportações menos importações) influencia em 30% a inflação geral do País. A prova do que Simonsen disse está na comprovação de que as elevações dos preços no Brasil são de preços administrados por agências e órgãos governamentais. Como exemplos estão os combustíveis, energia elétrica e tarifas públicas em geral. Quer dizer, que o governo é quem combate a inflação ao tempo em que também a está inflando mais.
Dessa forma, a inflação nacional acumula aproximadamente 9% em 12 meses e é a terceira maior da América Latina, atrás da Argentina (51,8%) e do Haiti (17,9%). A inflação da Venezuela não foi estimada porque aquele país vive um caos econômico. No caso dele há uma hiperinflação estimada em mais de 1.000%. O estudo da inflação nacional está sendo conduzido também pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Fundação esta que, tradicionalmente, juntamente com o IBGE vem há mais de setenta anos, calculando os diferentes indicadores das variações nos preços relativos nacionais.
No fim do ano passado o Brasil estava na sexta posição na classificação inflacionária da América Latina. O que está ocorrendo agora é que a alta de preços se espalhou pelas atividades econômicas, principalmente em razão das elevações dos preços dos insumos básicos, tais como são combustíveis e energia elétrica.
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