TAXA DE RISCO DISPAROU



A taxa de risco, calculado pelos banqueiros e agências financeiras internacionais, significa a diferença entre a taxa de captação de dinheiro e a sua aplicação no mercado financeiro. Também conhecida como spread ou risco-País. Mundialmente, trata-se de contratos de cinco anos de credit swap default (CDS), negociados diariamente, medidos em pontos, que, divididos por 100, encontra-se a taxa adicional de juros dos contratos de empréstimos. No passado longínquo, de altas taxas inflacionárias (antes de 1994), o CES chegou a bater em 2.500 pontos. Quer dizer, se uma empresa ou o governo brasileiro tomasse emprestado no exterior, mediante taxa nominal de juros de, diga-se, 6% anuais, acrescentar-se-ia mais 25% ao ano, isto é, 31% anuais.

Uma outra forma de ver o CDS é que ele é um contrato de crédito, permitindo fazer uma troca (swap) com outro investidor, disposto a compensar os riscos de crédito para investimento, funcionando também como uma espécie de seguro, para operações de crédito com potencial de risco de calote (default). Portanto, tornou-se um dos principais indicadores de risco de crédito de mercado.

Depois do Plano Real, de 01-07-1994, a economia brasileira deixou a hiperinflação e ingressou na estabilização monetária. Então, o CES caiu muito, para a faixa de 100 a 200 pontos. Porém, em razão das turbulências do recorde de casos de mortes por covid-19, pelo atraso das vacinações contra o referido vírus e pelas negociações da PEC Emergencial, o CDS ultrapassou os 200 pontos e chegou a ser negociado a 217 pontos ontem. Quer dizer, o risco do Brasil está se tornando maior. Por outro lado, um reflexo disso é a desvalorização da moeda brasileira, que vem batendo o seu recorde nominal, já tendo sido negociada a R$5,80, quando a mediana dos 100 analistas financeiros, consultados pelo Banco Central semanalmente, aponta para fechar o ano em R$5,15.

No que concerne à pandemia do covid-19, parece que o Brasil está indo n direção contrária dos outros países do globo. Enquanto nestes os casos da pandemia regridem, no Brasil progridem. O Brasil já está em primeiro lugar na lista de infecções diárias pelo citado vírus. Por seu turno, as economias mundiais melhoram e a do Brasil está em descompasso global.

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