ESTOQUE DA DÍVIDA DO PAÍS
25-03-2021
O estoque da dívida pública do governo federal é o total dos contratos, oriundos dos empréstimos do Tesouro Nacional feitos com o público. Dele devem ser deduzidas as reservas internacionais. Se estas estão em US$350 bilhões, ao câmbio de R$5,50, seriam R$1,925 trilhão. A União ontem divulgou que a dívida bruta cresceu 2,75% em fevereiro, alcançando R$5,19 trilhões, próxima de 90% do PIB. Por seu turno, a dívida líquida seria de R$3,265 trilhões.
Antes do longo processo recessivo, que se iniciou de 2014 a 2016, advindo estagnação de 2017 a 2019, voltando a recessão muito forte em 2020 e se insidiando para continuar neste ano, o endividamento nacional estava na casa de 72% do PIB. Desde março do ano passado, em 12 meses, a dívida pública cresceu 18%, justamente no período da primeira onda da pandemia do covid-19. Tecnicamente, até 60% do PIB o país tem capacidade de pagamento. Não sem motivo que o Brasil perdeu o selo de bom pagador, também chamado de grau de investimento, em 2015 e até agora não recuperado. É bem verdade que certos países desenvolvidos tem endividamento superior a 100% do PIB. Porém, a estabilidade do seu aparelho produtivo se mostra menos vulnerável do que os sensíveis setores produtivos brasileiros. Na verdade, eles financiam parte da dívida brasileira. A condição de devedor é que torna grande o risco do País, muito embora hoje em dia a dívida externa esteja por volta de 5% do PIB. Até o final do século XX ela era muito alta, o que tornava o País mais vulnerável, tendo inclusive recorrido algumas vezes aos empréstimos do FMI.
Quem compra títulos públicos? O Tesouro Nacional informou que 30,2% são as instituições financeiras; 25,1% os fundos de investimentos; 22,7% os fundos de previdência; 9,4% os não residentes; 3,9% de entidades dos governos domésticos; 3,6% de seguradoras; 5,1% de vários outros.
Por fim, a dívida externa corresponde a R$4,95 trilhões, correspondentes a cerca de 95%, bem como a dívida interna de R$247,91 trilhões, representando 5% dela.
A composição dos títulos públicos ocorre em quatro categorias: a taxas flutuantes, 34,8%; a taxas prefixadas, 34,4%; aos índices de preços, 25,8%; atrelados à taxa de câmbio, 5%. Repita-se aqui que a posição é de fevereiro de 2021.
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