AMÉRICA LATINA ESTÁ MAIS POBRE

06-03-2021


A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apresentou no dia 4 passado, o seu relatório Panorama Social da América Latina 2020, no qual é bem explícito que a pandemia do covid-19 levou ao aumento dos índices de pobreza e de pobreza extrema na América Latina. Conforme o documento, a taxa de pobreza extrema atingiu 12,5% em 2020 e da pobreza como um todo se elevou para 33,7%. O total de pobres na região, formada pelos países da América do Sul e da América Central, alcançou 209 milhões no final de 2020, sendo 22 milhões a mais que no final de 2019. Deste total, 78 milhões vivem em extrema pobreza.

A pobreza extrema no Brasil é maior neste início de ano do que no início da década passada. Os números estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua, efetuada pelo IBGE. No mês de janeiro 12,8% dos brasileiros passaram a viver com menos de R$246,00 por mês (R$8,20 ao dia). Segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas Social, quase 27 milhões de cidadãos se encontrava naquela condição. É mais do que a população da Austrália. No início de 2011 os cidadãos em situação de pobreza extrema eram 11% da população brasileira.  

 O efeito negativo da pandemia do covid-19 sobre a renda dos mais pobres já está se prolongando em 2021, como uma segunda onda. Em dezembro acabou o auxílio emergencial, que durou 9 meses. No atual orçamento federal pouco espaço existe para ele retornar e se assim o for será em valores bem reduzidos.

Em 2020, o auxílio emergencial consumiu R$322 bilhões, sendo a maior despesa do Orçamento de Guerra para enfrentar a covid-19. A dívida pública saltou 15%, passando a ser quase 90% do PIB. Entretanto, além do aumento da pobreza no presente, a pandemia em referência está impondo perdas no futuro, sobretudo para os pobres, que acabaram perdendo boa parte do ano escolar. No conjunto, os jovens, os sem escolaridade, os nordestinos, os negros, foram os que mais perderam renda do trabalho em 2020.

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