ROMBO RÉCORDE



Em combate à pandemia do covid-19, o governo lançou um decreto de emergência, aprovado pelo Congresso Nacional, que permitiu ao governo abrir os cofres públicos para realizar políticas de assistência às empresas e o auxílio emergencial às famílias. Foram 10 meses de assistencialismo, que se findou em dezembro. O resultado final nas finanças públicas foi de um déficit primário de R$743,1 bilhões, no ano passado, equivalentes a 10% do PIB, conforme informou o Tesouro Nacional (TN). O rombo de 2020 estava estimado pela própria equipe econômica, que poderia ultrapassar a R$800 bilhões. O TN informou que os déficits primários, iniciados em 2014, prolongar-se-ão até 2026. Em 2027, espera alcançar o superávit primário. Como foram negativos os resultados do caixa do TN, o seu financiamento se deu pela elevação da dívida pública, que saltou da casa de 70% para 90% do PIB. Pela lógica, até 2026, ultrapassará 100% do PIB. Os raios das dificuldades crescerão e não permitirão o País crescer muito para o Brasil retornar a 8ª economia mundial, alcançada em 2013, estando agora estimada no ranking mundial como a 12ª economia global.

O IBGE divulgou ontem que a criação de vagas de trabalho no final de 2020, depois dos piores momentos dos efeitos do covit-19, manteve a taxa de desemprego estável em novembro, em 14,1%, no trimestre móvel. A taxa ficou abaixo dos 14,3% de outubro. É o maior nível para trimestres encerrados em novembro, desde o início dos cálculos da PNAD-Contínua, iniciada em 2012. Aqueles cidadãos que procuraram emprego e não encontraram no final de 2020 eram 14,023 milhões, segundo o IBGE, próximo do recorde de 14,105 milhões, do início de 2017, data da saída da recessão de 11 trimestres, iniciada no segundo trimestre de 2014 e encerrada no quarto trimestre de 2016. No segundo trimestre do ano passado aconteceu o auge de 12,791 milhões de desocupados, fruto da pandemia do covit-19. Entretanto, este número cresceu para mais de 14 milhões porque aqueles trabalhadores desalentados passaram a procurar empregos. Pode até ser que o número de desempregados bata o recorde de janeiro de 2017, visto que existe ainda um contingente de desalentados de 5,7 milhões.

Consoante o Cadastro Geral de Desempregados e Empregados (CAGED), apesar da recessão provocada pelo covit-19, o País abriu novos postos de trabalho com carteira assinada em 2020, em relação a 2019, de 142.690 vagas. De janeiro a dezembro do ano passado foram 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos. Porém, no ano de 2020 foram as empresas obrigadas a registrar os trabalhadores intermitentes, o que não aconteceu nos anos anteriores. Provavelmente, o registro dos novos postos de trabalho, conhecidos os intermitentes, os que não foram divulgados pelo CAGED, possa ser negativo, em razão de a citada pandemia estar ainda ocorrendo também em sua segunda onda. A recessão parece que registrou a pior retração da história (a anterior fora de 1990, de - 4,3% do PIB), ontem admitida pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, de - 4,5% do PIB.

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