FIM DO FORWARD GUIDANCE



Na reunião do dia 20, próximo passado, a reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC), manteve a taxa básica de juros (SELIC) em 2% ao ano, reiterando sua vontade de deixá-la por muito tempo neste patamar, perante uma inflação que está superior a 4,3% anuais. Porém, com uma inflação resistente à baixa, o BC acredita que chegou ao fim o chamado forward guidance, o que o mercado considera o conjunto de características de estabilidade econômica, mantendo a SELIC em nível menor da história de 2% ao ano. Em comunicado da reunião, o COPOM declarou: “O forward guidance deixa de existir e a condução da política monetária seguirá, doravante, a análise usual do balanço de riscos para inflação prospectiva”. Mas, o COPOM não afirmou que haverá, mecanicamente, uma elevação da SELIC. Quer dizer, a leitura que o mercado tem feito é de que a SELIC subirá a partir do segundo semestre. Porém, não daria saltos, seguindo gradativamente até 3% ao ano. O recado é claro para aqueles que têm aplicações financeiras em renda fixa, o de procurar rentabilidade em ativos que indexem a inflação oficial (IPCA). Quiçá, com algum resíduo de juros, algum juro, 1% ou 2% dele.

Na reunião de agosto, o COPOM adotou a novidade que é o forward guidance, comprometendo-se a não elevar os juros até que as expectativas e projeções inflacionárias se aproximassem da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (para este ano de 3,75%, mediante viés de baixa e de alta de 1,5%), bem como do horizonte da meta também de 2022, desde que o governo mantivesse seu regime fiscal. Isto é, respeitando a lei do teto de gastos públicos federais.

A reunião do dia 20 foi a quarta seguida, cerca de seis meses, de SELIC estável. O COPOM também sinalizou que pretende levar os citados 2% até a reunião de agosto, elevando a SELIC se continuarem as pressões inflacionárias.

 

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