INEDITISMO NO MERCADO FINANCEIRO



Lugar comum era dizer-se que, no Brasil, quem poupava e aplicava no mercado financeiro quase sempre lucrava. A situação inédita no mercado financeiro é de, neste ano e no próximo, o ganho nas aplicações financeiras de renda fixa (atual e projetada) trazerem perdas reais para os investidores, em termos gerais. Perdas reais são aquelas decorrentes da diferença negativa entre a taxa de juros da renda fixa, descontada a inflação (não é menos a inflação, erro comum visto na literatura não técnica). Na história brasileira, pelo menos desde 1979, quando a SELIC passou a ser a taxa básica de juros, esta geralmente era maior do que a inflação. Já, em 2012, o governo da Dilma alterou a remuneração da caderneta de poupança, a 70% da variação do CDI, que tem provocado perdas reais. Mas, agora, as aplicações financeiras de renda fixa promovem prejuízos. Exemplificando, a SELIC deste ano ficou estabilizada em 2,00% e a inflação está projetada em 3,20% ao ano. Para 2021, a SELIC está projetada em 2,75% e a projeção do governo, divulgada ontem, é de inflação de 4,10% ao ano.

A política anual para o salário mínimo tem sido de correção conforme a taxa inflacionária. Desse modo, o salário mínimo de 2021, a vigorar a partir de janeiro, fora projetado pelo projeto de lei do orçamento, da data-limite de remessa ao Congresso, em agosto, de passagem de R$1.045,00 para R$1.067,00, quando a taxa inflacionária prevista pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia era de 2,35%. No entanto, com a nova projeção inflacionária de 4,10%, o salário mínimo passaria a R$1.087,84. O curioso é que a inflação oficial é dada pelo Índice Nacional de Preços ao Atacado (IPCA), mas o salário mínimo tem a correção estimada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE. Da mesma forma, as aposentadorias são corrigidas pelo INPC. Por oportuno, sabe-se que os aluguéis são corrigidos anualmente pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas.

Citados acima os indicadores SELIC, INPC, IPCA, IGP-M, os quais claramente comprovam que a economia sempre esteve indexada, desde 1964, quando se criou a correção monetária e os índices dela derivados.

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