29/05/2020 - DÓLAR VALORIZA E REAL NA LATERNA
O dólar alcançou ontem a mais alta diária perante o real em
três semanas, de uma só vez, apagando as perdas de anteontem, mediante uma
recomposição de posições, em meio aos debates pela fixação da taxa Ptax, que é
a taxa calculada pelo Banco Central, que serve de referência para liquidação de
contratos futuros e de outros derivativos. O mercado realizou lucros, depois de
ter vendido dólares nos seis pregões anteriores, período no qual caíram 8,3%,
sendo a maior desvalorização para o período desde janeiro de 2009. No mercado à
vista o dólar subiu 1,95%, a R$5,386 na venda, a maior alta desde 7 de maio,
quando subiu 2,39%. O mercado tende a ser mais volátil no final do mês, ocasião
em que se acirra a disputa entre comprados e vendidos em dólar na B3, em busca
de um Ptax mais conveniente as suas transações.
A bolsa de valores recuou 1,2%, mediante acirramento de
debates entre os Estados Unidos e a China em seus negócios. Mas, o clima
doméstico também esquentou, quando o presidente Jair Bolsonaro protestou contra
decisão monocrática do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar a Polícia
Federal, para efetuar buscas e apreensões de seus correligionários, acusados de
produzir e editar fake news. Para ele a função do STF é de julgar. Mandar
investigações da Polícia Federal é atributo do Ministério Público. Jair disse
que “acabou” o STF mandar fazer o que não lhe compete.
O Banco Central não entrou no mercado de moedas, fazendo
transações extraordinárias, quais sejam de swaps. O diretor de política
econômica do BC, Bruno Serra, fez exposição, mostrando a saída de capitais dos
países emergentes. O JP Morgan informou que as saídas de capitais do Brasil
continuarão, as quais pressionarão o câmbio e a taxa de juros. Quer dizer dólar
em alta, em razão da sua fraqueza. No ano, o dólar agora perde 25,49% perante o
dólar, continuando sendo a moeda que mais se desvalorizou neste ano, entre
outras 34 rivais da moeda americana.
O IBGE divulgou também ontem que, no trimestre de fevereiro a
abril, a taxa de desemprego subiu para 12,6%, perante o trimestre anterior, de
janeiro a março, daqueles que procuravam emprego e não encontraram de 11,2%.
Assim, procuravam emprego eram 12,8 milhões de cidadãos. Por seu turno havia 5
milhões de desalentados, aqueles que, por algum motivo, pararam de procurar
trabalho.
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