11/05/2020 - RETRAÇÃO DA DEMANDA AGREGADA




Abril registrou deflação de 0,31%. É a menor taxa relativa ao mês desde 1998. Houve grande retração na demanda agregada das famílias, visto que o lema “fique em casa”, retirou das empresas o poder de vendas, já que as pessoas passaram a consumir menos, as empresas a produzirem menos, os governos a arrecadarem menos. A pandemia do coronavírus tem assustado bastante e em uma atividade defensiva a economia mundial ingressou em recessão. No Brasil, à exceção do grupo de alimentos, os demais grupos de consumo apresentaram queda de preços.

A inflação oficial de doze meses é de 2,4%, bem abaixo do centro da meta de inflação projetada pelo Conselho Monetário Nacional de 4% para este ano. Abaixo até do piso da meta. Ou seja, a meta menos o viés de baixa está maior do que o piso da meta. A permanecer assim se abre espaço para queda dos juros básicos da economia agora em 3% anuais. Na tendência de baixa a redução de juros, de 14,25%, desde Temer, para 3%, afugentou os investidores internacionais, que retiraram e continuam retirando divisas da economia nacional, forçando o Banco Central a vender reservas internacionais. Acredita-se que já foram vendidas mais de US$50 bilhões.

Até quando tempo haverá o combate ao novo coronavírus da forma de isolamento horizontal? Ele já levou até o aumento do desemprego em março de 1,2 milhão, reforçando o número de desempregados no Brasil para mais de 13 milhões. Ademais, o dólar alto cedo ou tarde terá influência na volta do aumento dos preços dos bens importados para o consumidor nacional.

A arrecadação dos governos tem aprofundado os déficits fiscais. A política monetária não poderá sozinha recuperar a economia. Mais gastos públicos de proteção à pandemia tem feito as despesas públicas muito altas. O Tesouro Nacional em suas previsões já tem se referido a mais da triplicação do déficit primário de R$129 bilhões, aprovado para o orçamento em curso. Assim, o governo central precisa retomar a agenda das reformas estruturais, que foram paralisadas após o combate à pandemia em referência, porque o feito até agora é muito pouco. Ou seja, de significativa houve a reforma da Previdência. Porém, a reforma administrativa está sobre a mesa do presidente da República e a reforma tributária tem uma proposta sendo discutida na Câmara de Deputados e outra no Senado.

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