17/05/2020 - EMISSÃO DE MOEDA SERÁ A SAÍDA
O Ministro Paulo Guedes, um membro da Escola de Chicago,
chamada de monetarista, já deixou claro que as saídas para os necessários
gastos públicas, para enfrentar a pandemia do coronavírus serão as emissões
monetárias; outro defensor, o ex-Ministro Bresser, de ideologia confusa (disse
em um dos seus livros até que era marxista), mas que se parece mais
estruturalista; soma-se agora a André Lara Resende, doutor pelo MIT, um dos
criadores do Plano Real, de reconhecido sucesso, que faz um artigo técnico (com
postura keynesiana), publicado na Folha de são Paulo de hoje, também defendendo
emissões monetárias, deixando claro que não é somente o Banco Central que cria
moeda, mas todo o sistema bancário assim o faz, visto que a teoria sempre
reconheceu um multiplicador de dinheiro entre os bancos. Segue do refinado
artigo.
Título: “Moeda é dívida pública”. Resumo: “Em meio a uma
crise que ameaça se transformar em catástrofe econômica e social é preciso
compreender que especialmente nesta hora o Estado pode, e deve investir de
forma produtiva, o que não implica em um setor público inchado, refém de
clientelistas. Para agir de maneira eficaz é urgente superar falsas premissas
sobre política monetária e fiscal e rever a proibição do Banco Central de emitir
moeda para financiar o Tesouro”.
“Por isso, aceita-se o Banco Central emitir moeda, tomando-se
o cuidado de dar-se a essa emissão extraordinária um nome absurdo para
intimidar os leigos. O Quantative Easing (QE) é emissão pura e simples de
comprar os ativos que o sistema financeiro não tem mais como carregar, sem
realizar prejuízos insuportáveis”.
“Para se ter uma idéia da magnitude da emissão monetária do
QE, basta lembrar que, com a crise de 2008, o Fed (Federal Reserve, banco central
dos EUA) aumentou a base monetária americana de 3% para 30% do PIB. Agora, com
a crise da Covid-19, o Fed volta a aumentar a base monetária para 50% do PIB.
Desde 2008 até hoje o Fed expandiu o seu passivo em mais de 45% do PIB”.
“Com a oferta reduzida, o déficit provocado pelas
transferências assistenciais e pelos investimentos, indispensáveis para
viabilizar a volta do investimento, poderá, efetivamente, pressionar as contas
externas. A desvalorização do real, que hoje é puramente especulativa,
provocada pelo equivocado receio de que o aumento do déficit público gere inflação,
pode vir a desancorar expectativas”.
Dos parágrafos acima se pode concluir que as saídas para os gastos
serão as emissões monetárias, contabilmente exigíveis, bem melhor do que a
dívida pública, que paga juros e é exigível pelos seus prazos. Muitos países
ricos, como os Estados Unidos, Reino Unido e Japão têm feito emissões para se
defender das crises.
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