28/05/2020 - FLEXIBILIZAÇÃO A PARTIR DE SP




O governador de São Paulo, João Dória, anunciou ontem a flexibilização das regras do isolamento vertical contra a epidemia do novo coronavírus. Sem dúvida, outros Estados irão segui-lo, de acordo com suas especificidades. A reação do empresariado da esfera comercial não foi das melhores. A reação da bolsa de valores foi. A reação do mercado financeiro é de esperar para ver como se comportará a taxa básica de juros da próxima reunião do Banco Central, em meados de junho, embora continue saindo fortemente do mercado financeiro há quase um ano.

A impressão de parte do empresariado é de que o governo paulista não foi claro de como será a abertura dos centros comerciais, colocando várias fases e restrições de horários de funcionamento. Por exemplo, os donos de lojas de shoppings centers e empresários da área específica não souberam informar como fazer o planejamento se não se conhece os horários de funcionamentos e possibilidades de fluxos de clientes. Em princípio, acreditam que com tantas restrições, principalmente sem estarem claras as regras, as receitas dificilmente cobrirão os custos. Os shoppings estimam queda de 50% no faturamento, em relação ao período anterior ao combate da epidemia em questão. Quanto à reação dos investidores em bolsa se mostrou em alta expressiva do IBOVESPA, renovando máxima desde março, em meio a perspectivas mais otimistas quanto à reabertura da economia após lockdowns provocados pela covid-19, com as ações das siderurgias com maiores ganhos. O IBOVESPA subiu ontem 2,81%, chegando a 87,8 mil pontos. Por seu turno, os investidores estrangeiros em resposta às quedas da taxa básica de juros passadas e a próxima anunciada de 0,75%, o que poderá levar à SELIC a 2,25% anuais, continuam se desfazendo de mais R$79 bilhões em títulos públicos brasileiros em março e abril. Assim, a participação de residentes na dívida pública caiu para 9,36%, a menor desde dezembro de 2009, ano de estagnação da economia, visto que recuou 0,1%, muito pouco para falar-se em recessão.

O Ministério da Economia divulgou que em março e abril 9,2 milhões de pessoas foram atingidas pelos efeitos do covit-19, sendo que 1,1 milhão ficou sem emprego e 8,3 milhões tiveram seu contrato de trabalho suspenso ou corte de jornada e salário. A deterioração da economia, segundo ainda o referido ministério levou a que 25% dos trabalhadores com carteira assinada fossem afetados pelas respostas à epidemia em março e abril.

Enfim, o cenário ainda vai piorar em maio findante e junho será uma incógnita, mediante um comércio lojista que avalia perda de 50% do faturamento e as etapas que terão de serem seguidas para o fim geral da quarentena.

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