12/05/2020 - SAÍDA DE CAPITAIS
Desde agosto que o governo acelerou a venda de divisas para
conter a saída livre de capitais que estavam aplicados no mercado financeiro.
Até agora foram US$54 bilhões. A taxa cambial ontem foi de R$5,818. No dia 7
passado alcançou o recorde nominal de R$5,836. O Banco Central (BC) é quem
compra e vende moedas, por parte do governo federal. No segundo governo de FHC
as reservas internacionais não davam para pagar as exportações e para atrair
capitais financeiros a taxa SELIC chegou a ser superior a 40% ao ano. FHC
recorreu ao Fundo Monetário Internacional para socorro monetário. De 2001 a
2003 o governo ainda vendeu US$15 bilhões. Prometendo respeitar contratos e com
uma próspera economia mundial, o governo de Lula continuou com a política ortodoxa
do BC chefiado por Henrique Meirelles e se aproveitou do boom das commodities
para acumular divisas. Já em 2004, o governo de Lula passou a fazer um colchão
de reservas e a taxa SELIC estava acima de 25%. O que difere da década passada
para a atual é que naquela o País cresceu por volta de 4% ao ano. Na década
atual o País enfrentou forte recessão, de 2014 a 2016 e voltou a ela neste ano
de 2020. Projetistas já fazem cálculos indicando que está fechará a pior década
da história nacional. Pior do que a década de 1980, quando se enfrentou dois
fortes choques do petróleo. No mesmo período da saída de capitais referidas,
por desaplicações financeiras, deu-se também a fuga de capitais do País de
US$57 bilhões, sejam recursos que eram aplicados na bolsa de valores, sejam
recursos que eram caixa de grandes empresas, que procuraram aplicar capitais em
países de moeda forte.
Em período de cerca de quinze anos, de 2004 a 2019, o Brasil aumentou
suas reservas de US$38 bilhões (lembre-se aqui que o FMI emprestou a FHC US$30
bilhões ao País) para US$390 bilhões, mediante compras do ingresso de divisas. Atualmente, em 01 de abril, as reservas
internacionais estão em US$339 bilhões. Assim, por volta de US$54 bilhões foram
as vendas (houve compras também, em pequena escala) do BC para conter a alta do
dólar.
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