16/05/2020 - DESEMPREGO CAPTA PARTE DO ISOLAMENTO




O IBGE, como sempre, divulga com grande atraso as suas estatísticas. As explicações são duas: grande número de municípios pesquisados e a necessidade de divulga com menor margem de erro possível. Assim, o desemprego ampliado no primeiro trimestre do ano foi de 1,1 milhões de pessoas. Este somente perde na sequência histórica para o segundo trimestre de 2012, quando fora de 1,2 milhão. Dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, que abrange cerca de 3.000 municípios.

Os novos desempregados são pessoas que não possuíam emprego e não procuraram trabalho nos 30 dias anteriores ao período da pesquisa. Ou, procuraram, mas não estavam disponíveis nos momentos pesquisados. Nos três primeiros meses de 2020, 67,3 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade estavam na condição do desemprego e subemprego. Número recorde do IBGE. Até agora foram cadastrados para atendimento do auxílio emergencial 52,6 milhões de cidadãos, sendo que mais de 50 milhões foram atendidos. Não é difícil se verificar que a grande maioria estava nos 67,3 milhões de uma legião de necessitados. Fica bem visível quanto são considerados os de extrema pobreza até aos pobres. São 32% da população total. Calcula-se que há aqueles que ainda não se cadastraram ou preferiram o beneficio do Programa Bolsa Família, já que era opcional, podendo chegar a mais de 100 milhões. Isto é, por volta da metade da população. Trata-se de números trágicos. São muitas pessoas que não tem acesso à saúde, educação, segurança, habitação, alimentação, mais uma série de serviços ou auxílios públicos, que vivem precariamente.

Com base na citada pesquisa, a estimativa do IBGE é de que a força de trabalho brasileira é composta de 105,1 milhões de pessoas. Em razão do desemprego ser medido pelo número de pessoas desocupadas em relação ao tamanho da força de trabalho, a redução desta chamada população economicamente ativa contribuiu para amenizar o aumento na taxa de desempregados no País, que estava em 12,2% no primeiro trimestre de 2020. Como o isolamento social começou a ser colocado no terceiro mês da pesquisa em referência, somente agora divulgada com atraso de sempre, provavelmente, a taxa de desemprego aberto no Brasil ultrapassará os 13%, podendo ser batido mais um recorde de infelicidade.

Dessa maneira, além do grande desemprego verificado, muitos cidadãos deixaram de procurar emprego e de serem consultados pela pesquisa com medo de contaminação.

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