29/03/2020 - A QUESTÃO DO EMPREGO E A FORÇA DOS VAREJISTAS
Não se têm ainda estatísticas, por ser ainda recente, dos
efeitos das medidas de controle da pandemia do coronavírus no Brasil, que
reduziu drasticamente o nível de atividade produtiva. O desemprego é grande e
tem sido crescente. A questão social se apresenta vexatória em todo o País.
A situação das favelas é explosiva. As moradias precárias
estão abarrotadas de gente, devido ao fato das crianças e adolescentes não
estarem nas escolas e não estão também recebendo a merenda escolar,
pressionando os adultos a maiores gastos, sem contar que eles são os mais
sensíveis às retrações da atividade, visto que são trabalhadores informais,
estes que estão se constituindo em 40% da população economicamente ativa. Mais
os desempregados. Faltam muitas coisas nas favelas, desde infraestrutura, até alimentos,
papel higiênico, fraldas, detergentes e sabão. Por exemplo, no centro de São
Paulo, a chamada área da cracolândia, os pobres estão atacando pessoas e
veículos em busca de comida. Nos bairros de são Paulo existem as pequenas
cracolândias onde as ameaças e ataques existem. Isto na maior cidade e mais
rica do País. Os eventos acontecem também em muitos municípios brasileiros, mas
com suas especificidades.
As grandes lojas de varejo fechadas no Brasil ameaçam demitir
um terço dos trabalhadores, se o governo não tomar uma posição de abertura das
lojas até meados de abril. Elas têm sido as das mais afetadas pelas medidas de
combate à pandemia do coronavírus. Os empresários da área solicitam do governo
central que adote medidas como a Coréia do Sul, onde foi liberada parte da população
para o trabalho, depois de realização de inúmeros testes de pessoas que estavam
saudáveis, para garantir que não haja nova fase de contaminação. Os empresários
se declaram solidários com as medidas de controle, mas pedem a retomada da
economia o mais rápido possível.
A forca do segmento produtivo se reflete em 9,1 milhões de
pessoas empregadas com carteira assinada, correspondentes a 23,5% dos
trabalhadores formais do País. Nas grandes redes existe 1,8 milhão de empregos
formais, representando 20% da força obreira do comércio global. Um terço que
poderá ser demitido corresponde a 600 mil trabalhadores formais do Brasil. Isto
corresponde a quase a criação líquida e 644 mil postos formais gerados em 2019.
Comentários
Postar um comentário