18/03/2020 - PIB DE CRESCIMENTO ZERO




As medidas defensivas adotadas pelo governo, para combater os efeitos nocivos da pandemia do coronavírus são insuficientes até o momento, embora as demandas de gastos sejam expressivas, no valor de R$147,3 bilhões. São valores destinados a manter o nível de emprego e atender certas carências dos mais idosos. Contudo, ficaram de fora os desempregados, grande parte daqueles que trabalham por conta própria e os trabalhadores informais. Provavelmente, ainda haverá medidas de proteção a serem anunciadas. Dessa maneira, as medidas protetivas, de reduzir a circulação, de evitar aglomerações, de minimizar o turismo e muitas outras irão diminuir a demanda efetiva global e reduzir o nível de crescimento do PIB.

As expectativas dos projetistas consultados semanalmente pelo Banco Central, cerca de 100 deles, cujas medianas de estudos são divulgadas no boletim chamado de Focus, estimavam no início do ano que o PIB cresceria 2,3% e veio reduzindo a cada semana, estando agora em 1,68%. Ainda não foram captadas as medidas decorrentes da situação de quarentena, que paulatinamente vai ficando o País.

Dadas as condições do atual cenário há projeções de que haverá recessões nos dois trimestres deste ano e recuperação nos dois últimos, estando a maioria das previsões atuais, dos grandes bancos, tais como o Bradesco, Itaú, Santander, dentre outros, estimando um incremento do PIB entre 1% a 2%. No entanto, já há grande banco internacional, como o Credit Suisse, projetando crescimento zero para o PIB deste ano.

Ademais, em quadro que se agrava a cada dia, mediante medidas de suspensão de aulas e de recomendações para os cidadãos ficarem em casa, fica claro que a atividade econômica retrairá de forma forte. O governo de Donald Trump já admite recessão. Por aqui já há bancos projetistas considerando recessão ainda em 2020.

O governo federal, por seu turno, disse ontem que pedirá ao Congresso, para que o País fique em estado de calamidade. O presidente da Câmara Federal mais o do Senado se mostraram favoráveis. Isto é, o governo federal poderá gastar além do orçamento. Vale dizer, perante a crise, a equipe econômica deixará de ser liberal para ser defensiva, de forma keynesiana.

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