17/03/2020 - RESPOSTA ECONÔMICA AO CORONAVÍRUS




O governo federal não tinha ainda tomado decisões na área econômica, enquanto vem tomando na área da Saúde e na área social. Porém, a sociedade como um todo passou a exigir a atuação na área econômica de modo a estimular o aparelho produtivo. Os impactos da pandemia do coronavírus têm colocado o País em forte tensão econômica. A semana começou com mais uma queda na bolsa de valores, que acionou o circuit breaker mais uma vez. É a quarta vez de blecaute em cinco dias de negociações nela. O dólar passou do valor nominal de R$5,00 pela primeira vez, cotado a R$5,05. Em termos reais, quer dizer corrigindo o dólar pela inflação, desde o pico de R$4,00, em 2002, o dólar valeria nominalmente R$10,80 hoje. No caso de ser levada em conta a inflação americana o dólar valeria R$7,50. O que está acontecendo com os detentores de poupança é uma aversão ao risco e o dólar é considerado uma aplicação segura. Ainda mais que a redução dos juros dos títulos americanos em 1%, pelo Banco Central dos EUA, que ficou na faixa de zero a 0,25%, dando prejuízo para quem comprá-los, visto que a inflação lá se aproxima de 2% anuais.

A bolsa de valores nacional caiu 14% e voltou a 71 mil pontos. Em dois meses e meio deste ano a bolsa de valores já caiu 38%. Muito mais do que os 33% que cresceu no ano inteiro de 2019. Claro, não se sabe ainda qual a sua tendência, estando mais propensa à baixa ou ficar próxima deste patamar, visto que agora o País resolveu tomar medidas para enfrentar a crise econômica decorrente da referida epidemia. Poderá subir se as medidas resultarem em reação esperada.

Assim, ontem, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou um pacote de R$147 bilhões, cujos recursos poderão incentivar o consumo das famílias. Sabe-se que este item agregado representa 65% do PIB e essa é a forma mais rápida de não deixar a economia voltar ao crescimento econômico negativo. Porém, por seu turno, nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou que a sua economia caminha para a recessão e que os efeitos da epidemia somente poderão cessar em agosto.

Os R$147,3 bilhões estarão distribuídos: (1) valores não sacados do PIS/PASEP serão transferidos para o FGTS, para permitir novos saques, estimados em R$21,5 bilhões; (2) antecipação do abono salarial, cujos desembolsos poderão ocorrer em junho, no valor de R$12,8 bilhões; (3) para o bolsa família destinará R$3,1 bilhões, mediante ingresso de mais um milhão de beneficiários; (4) liberação de R$5 bilhões de crédito para as pequenas empresas; (5) recursos de R$4,5 bilhões do DPVAT serão ingressados no SUS; (6) antecipação do 13º dos aposentados para abril, no valor de R$41 bilhões; (7) adiamento dos pagamentos do FGTS por três meses estimados em R$30 bilhões; (8) adiamento dos pagamentos do Simples Nacional no valor de R$22,2 bilhões; (9) corte de 50% na contribuições do Sistema S, no valor de R$2,2 bilhões; (10) outros, estimados em R$4,98 bilhões.

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