05/03/2020 - INICIO DE NOVA DÉCADA MAIS POBRE
O início desta década mostra um país mais pobre do que na
década anterior. O inverso do ocorrido na década 2.000, quando o Brasil ficou
melhor do que na última década do século XX. O País está preso na armadilha de
nação de renda média. Ou seja, conforme a ONU, na faixa de US$6 mil a US$16
mil. O cálculo do IBGE encontrou um PIB de R$7,3 trilhões. Dividido pelo dólar
médio de R$4,00 se teria US$1,83 trilhão. Dividido por 210 milhões de cidadãos
o PIB per capita seria de US$8,714.00. Assim, a renda per capita estaria ainda
menor do que aquela de 2013. Se fosse tomado o dólar de fevereiro de 2019, a
R$3,75, a renda per capita seria de US$9,270.00. Em 2013 era superior a
US$10,000.00. Nos anos mais valorizados do dólar a renda per capita chegou a
estar em torno de US$11,000.00. Valor mais próximo do limite inferior da
referida faixa.
O Brasil se estabilizou com o Plano Real, quando a
hiperinflação deixou de existir e passou a ser bem comportada. Na era FHC, de
1996 a 2002, a economia cresceu em média 2,8%. Na era Lula, de 2003 a 2010, o
PIB cresce por volta de 4% em média anual. Foi então que se começou a era
Dilma, de 2011 a 2016, a taxa média do PIB foi de 0,43% ao ano. Época
claramente recessiva. Nos cerca de dois anos do governo de Michel Temer o PIB
cresceu 1,3% em cada ano. No primeiro ano de Jair Bolsonaro, conforme dado
divulgado ontem pelo IBGE, O PIB cresceu 1,1%. Na década toda o crescimento
médio anual foi de 0,7%, inferior, portanto, ao crescimento vegetativo da
população de 0,8%. A conclusão mais simples é de que o País ficou mais pobre.
O que define o crescimento é principalmente o investimento
global. No ano, ele foi de – 0,8% no primeiro trimestre; de 2,6% no segundo
trimestre; de 1,3% no terceiro trimestre; de – 3,3% no quarto trimestre.
Encerrou o ano bem negativo, mostrando que a economia não reagiu nem somente com
a reforma da Previdência Social, como era esperado. Aguardam-se as outras
reformas estruturais e que estão demorando de acontecer. As medidas de estímulo
ao consumo como aquelas da liberação do PIS e do FGTS não chegou a animar a
economia, bem como elevando o grau de endividamento das famílias. O fato é que
o investimento de empresas brasileiras foi menor do que o esperado, estando os
projetos engavetados. Quanto ao investimento estrangeiro, continuou saindo da
bolsa de valores e do mercado financeiro, devido às baixas taxas de juros praticadas
em 2019. Com isso o dólar tem subido bastante. De R$3,75 há um ano, ontem bateu
mais um recorde e alcançou R$4,58, elevação de 19%, número bem destacado ao ser
considerado somente o crescimento fraco de 1,1% em 2019.
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