06/03/2020 - CRESCE RISCO DO PAÍS
Em um ano o dólar se valorizou cerca de 20%. Isto se deve
principalmente à queda da taxa básica de juros, a SELIC, que também em um ano
caiu de 6,5% para 4,25%, representando queda de 34,6%. A SELIC, em forte retração, é usada para
controle da inflação e impulsionar o crescimento econômico. Quanto à inflação
está dando certo. Quanto ao crescimento é frustrante que a situação não
melhora, piorou até um pouco, visto que o PIB de 2019 cresceu 1,1% e, nos dois
anos anteriores, 1,3% em cada ano. Em 2020 se esperava um melhor nível de incremento
do PIB, acima de 2,5%. Porém, a epidemia, em expansão, do coronavírus tem
provocado pânico pelo mundo. As bolsas caem pelo globo já há muitos dias. Há
economistas que projetam um novo ciclo recessivo, tão grande como aquele de
2008/2009, este, o segundo maior da história, só perdendo para a grande
depressão de 1929/1930. Inesperadamente, há três dias, os Estados Unidos
baixaram sua taxa básica de juros em 0,5%, procurando defender-se dos efeitos
da referida epidemia, além das instituições internacionais, tipo FMI e BIRD, saírem
em socorro aos países necessitados de dinheiro, para defesa do citado ciclo. A
China e países desenvolvidos têm injetado dinheiro para defesa do nível de
atividade econômica. Fala-se que o Brasil poderá baixar a taxa básica de juros
em 0,5%, na próxima reunião do Banco Central, do dia 18. Posteriormente, mais
0,25%, ficando em 3,5% a SELIC. O BC continua acreditando piamente que a
economia irá reagir, o que não fez até agora.
Os maus resultados da economia mundial e ainda maiores na
economia brasileira levaram a que os títulos que medem o risco do País se
elevassem em 29%, os chamados CDS de 5 anos de resgate. Por seu turno, a moeda
brasileira tem sido aquela que mais tem se desvalorizado no mundo nestes 2020.
A alta do dólar pode ter forte efeito inflacionário, visto
que 30% dos produtos que compõem a cesta de mais de 400 produtos que medem o
índice oficial da inflação (IPCA) recebem seus reflexos. Contudo, como os
estoques principalmente de trigo e de produtos importados da China estão altos,
os efeitos serão diluídos no processo
inflacionário.
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