15/03/2020 - LIBERAIS VERSUS DESENVOLVIMENTISTAS
A teoria econômica tem sua origem acreditada em Adam Smith,
através do seu livro “A Riqueza das Nações”, marco que o faz ser acreditado
como o pai da economia. Smith é um liberal. Trouxe como principio máximo o
funcionamento do sistema de mercados, cabendo ao Estado o papel de regulador e
não de interventor na economia. Várias correntes de pensamento se colocaram depois
e antes dele, sendo a principal, o seu oposto, o marxismo (autor Karl Marx, seu
clássico, “o Capital”), defensor da total intervenção nos mercados. Na virtude
veio John Maynard Keynes, mediante seu livro “Teoria Geral, dos juros, do
emprego e da moeda”. É o keynesianismo a defesa da combinação do Estado regular
e do Estado interventor. Esteve muito em voga usar o termo “neoliberalismo”, após
o fim do bloco comunista no mundo, que, em 1989, lançou o “Consenso de
Washington”, resumindo-se no princípio do “Estado mínimo”. No entanto,
voltou-se a considerar hoje, em resumo, a dicotomia entre liberais versus
desenvolvimentistas (keynesianos). Direita política versus esquerda política.
O governo atual, declaradamente de direita política, tem
adotado posições liberais. Porém, não pode deixar de interferir na economia ou
manter, por exemplo, empresas estatais, embora no seu receituário, seja o mínimo
possível. Daí, a realização de concessões e privatizações. Os governos
anteriores (de 2003 a 2016), declaradamente de esquerda, adotaram alguns
princípios liberais e estatizaram bastante a economia.
Assim, agora se tem a crise econômica, iniciada com o
coronavírus. O governo daqui muito pouco tem feito em termos de ação no
aparelho produtivo e somente atuando na área da Saúde. Os governos liberais
pelo mundo têm adotado medidas intervencionistas, injetando dinheiro
praticamente sem custos, para ativar ou reativar certos segmentos econômicos
muito sensíveis com a referida crise.
Os economistas hoje no Brasil estão divididos. Porém, muitos
estão exigindo uma postura proativa do atual governo, na defesa da economia contra
a epidemia do coronavírus. Isto realmente terá que ser feito. O governo federal
já recuou em suas estimativas de crescimento para este ano. Parece que se terá
o quarto ano de pífio crescimento. Por volta de 1% ao ano. Aguarda-se que sejam
feitas as medidas econômicas prometidas pela equipe econômica. O problema é que
o presidente da República se diz não “conhecer de economia”, hesitando e não
remetendo ainda as reformas fundamentais para a reativação do sistema
produtivo, qual sejam a reforma tributária e a reforma administrativa.
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