21/03/2020 - FORTE REGRESSÃO NAS PREVISÕES
A pandemia do coronavírus continua fazendo estragos e ninguém
sabe quando seus efeitos nefastos irão acabar. As previsões sobre o crescimento
do PIB estão a cada dia indo para trás. Os grandes bancos brasileiros fazem
previsões que saem de 2%, em direção a 1%. O boletim Focus do Banco Central
desta semana, divulgado dia 16, consultou médias de cerca de 100 agentes
financeiros, calculada em 1,68% de PIB. O Banco JP Morgan, um dos maiores do
mundo, referiu-se a um PIB de – 1% (também dia 16). A revista Exame desta
quinzena, datada de dia 18, refere-se em editorial que “num cenário mais
extremo, com uma pandemia de longa duração, a economia global poderá recuar
1,5% em 2020”. No jornal O Globo de ontem (dia 20) Miriam Leitão se referiu:
“As previsões do PIB brasileiro estão despencando num ritmo que atordoa. A cada
momento é um banco ou consultoria que está levando o número para a recessão. Já
se fala em menos 3%. Por isso a corrida no governo é para tirar o atraso e anunciar
medidas”. Ontem, dia 20, o governo federal anunciou sua nova previsão de
crescimento do PIB, de 2,1% para zero. O que se tem, sem dúvida, é que a
emergência na economia sentida agora é muito maior do que a greve dos
caminhoneiros de 2017, que retirou cerca de 1% do PIB. Em tempo de desastre, a
mais recente hecatombe é da Fundação Getúlio Vargas (também dia 20), que
apresentou análise de que o PIB recuará 4,4% neste ano.
O Ministro da Saúde fez declarações ontem, das quais se pode deduzir
que o coronavírus atacará com mais força nos próximos dez dias. Em abril será
atingido o pico. Depois crescerá a taxas decrescentes em maio, junho, julho e
agosto. Em setembro terá profundo recuo.
Em extremo, se não fossem tomadas as medidas de controle do
coronavírus, até o dia 29 de abril poderia toda a população estar infectada. Uma
posição otimista é de que se as medidas derem resultados a curva declinará antes
do final de abril. Especulações desse tipo estão na leitura de hoje do jornal
Folha de São Paulo.
Já foi aprovada a emergência na economia pelas duas casas do
Congresso. O governo central poderá gastar acima do déficit primário aprovado
para este ano, de R$129 bilhões. Já há cálculos no Ministério da Economia de
que será de R$200 bilhões.
Enfim, a cada dia crescem notícias ruins. O pânico se instala
em muitas pessoas. O governo saiu da situação passiva e está proativo. A
esperança de quase todos os brasileiros é de que o País seja o “último” a sair
da recessão e o “primeiro” a regressar ao crescimento econômico, como aconteceu
de 2008 a 2010, data da maior recessão mundial deste século. No entanto, já há
previsões de que esta será maior do que aquela onda recessiva.
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