10/03/2020 - ONTEM FOI DIA DE PÂNICO




Segunda feira, ontem, a economia mundial ingressava em pânico, devido ao fato de que os efeitos da epidemia do coronavírus retraíram a demanda mundial de petróleo e os preços se reduziram bruscamente. No domingo à noite, que já era segunda feira no hemisfério norte, os preços do barril de petróleo desabaram 30%. O que houve? Num efeito defensivo, a Arábia Saudita declarou que reduziria 1 milhão de barris de petróleo por dia, visando manter preços, propondo à Rússia que fizesse o mesmo. A Arábia Saudita é país líder da OPEP. No entanto, a Rússia não participa da OPEP e disse que, pelo contrário, elevaria a sua produção. Preços baixos, em torno de US$30.00 seriam suportados por ela por dez anos. Porém, nos últimos anos, os Estados Unidos se tornaram exportador de petróleo extraído do xisto betuminoso. Ocorre que, abaixo de US$40.00 o petróleo do xisto é antieconômico. Em tese, isso faria que aquele país baixasse sua produção ou até voltasse a ser importador da matéria prima.

As bolsas de valores despencaram pelo mundo. O IBOVESPA teve a maior queda desde 1998 e suspendeu operações por 30 minutos. Na bolsa de Nova York também houve isto. As ações da Petrobras perderam valor de R$91 bilhões em um único dia. A perda também foi por volta de 30% como for a queda dos preços do barril de petróleo.

O dólar comercial disparou para R$4,73. O real é uma das moedas mais afetadas no mundo. Em cerca de dois meses o dólar comercial já se desvalorizou perto de 20%. Ora com um PIB crescendo 1,1% em 2019, supondo que cresça isso ou um pouco mais em 2020, devido ao difícil quadro econômico de agora, os efeitos da alta desvalorização do real podem ser recessivos no aparelho produtivo, visto que o país é uma economia muito fechada. Ou seja, os efeitos de estímulos às exportações são muito inferiores aos desestímulos da economia doméstica.

Por fim, o risco do País teve alta de 42,7%, em cerca de dois meses, medido pelo Credit Default Swap (CDS), que saltou de 134 para 207 pontos. Que dizer o CDS dividido por 100, leva a um número que representa o fato de que, uma empresa nacional, ao tomar empréstimo no exterior, pagaria os juros normais mais o risco do País, que se acresceria de 1,34%, mas passaria agora a 2,07% ao ano.

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