PORQUE GOVERNO QUER BAIXAR A TAXA SELIC
O presidente da República veio ontem a público dizer que a taxa básica de juros, a SELIC, pode baixar mais ainda. Ela está em 2% anuais. Ninguém declarou antes que o Brasil praticaria taxa tão baixa de juros, visto que é um devedor confesso, desde quando Dom Pedro I aceitou a transferência da dívida portuguesa para o Brasil, com o fito de reconhecimento da independência, bem como aumentou essa dívida mediante o pagamento com títulos à Inglaterra, pela guerra de independência com Portugal.
O presidente Jair também falou que a decisão é do Banco Central (BC). Disse ele ontem em redes sociais: “Espero que (a SELIC) caia na próxima vez, espero, daqui a uns 30 dias”. Logo, está dado o recado. Ora, fala-se que o BC é independente. Porém, porque existe justamente projeto de lei tramitando no Congresso de independência do BC? O presidente manda sim, de forma velada. Tal como agora, a presidente Dilma também fez aquele absurdo no seu governo, de manipular (veladamente, já que dizia que o BC era autônomo) a taxa básica de juros, reduzindo-a bastante por um ano, tendo depois que elevá-la para corrigir seus erros, quando a inflação estava se insinuando para dois dígitos. Daí, o desastre da política econômica do seu governo.
A política econômica do Paulo Guedes é ortodoxa. Vale dizer, acredita que para reanimar a economia tem que baixar a taxa de juros, à semelhança de um país desenvolvido. O presidente Jair vê como quem quer pagar menos juros do estoque da dívida pública, que está asfixiando seu governo.
O mercado financeiro vê uma corrida de investidores da renda fixa para renda variável, notadamente, para o mercado de bolsa de valores. Entretanto, os grandes empresários, aqueles que têm projetos de expansão e muito caixa para investimentos, não se sentem ainda estimulados para desengavetar seus projetos, viso que o governo vacila em fazer as reformas estruturais prometidas, somente tendo feito a reforma da Previdência Social, ter regulamento com o marco do saneamento básico, ter concluído um sem número de obras pendentes de governos anteriores, bem como somente encaminhado agora a reforma administrativa, além de ir bem devagar com leilões de serviços públicos e privatizações. Ora, os empresários o que mais querem é a reforma tributária ampla, cuja dificuldade é política, devido ao conjunto disforme de interesses entre União, Estados e Municípios. Assim, desde a grande reforma tributária, outorgada pela Constituição de 1967, não se aprovou democraticamente ainda uma reforma tributária que altere basicamente o sistema tributário.
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