PISO DA SELIC



Em torno de 45 dias, o Comitê de Política Econômica do Banco Central se reúne para analisar a conjuntura, por dois dias, na terça e na quarta feira, produzindo como principal resultado o percentual da taxa básica de juros do sistema econômico brasileiro, a SELIC. Vale dizer a mantém, aumenta ou diminui o seu percentual.  Semana depois divulga um relatório de tendências econômicas. A SELIC é uma bússola do mercado como um todo (conjunto de mercados). Criada em 1979, como uma taxa de juros, para o sistema de compensação de cheques, hoje é referência para as decisões alternativas entre investir no mercado financeiro ou no produtivo.

Em momentos de ataque especulativo à moeda brasileira, durante o segundo mandato de FHC, na tentativa de captar divisas, o governo federal elevou a SELIC até os números estratosféricos de mais de 40% anuais. Situação surreal. Por longo tempo, de 1999 até 2016, a SELIC esteve acima de dois dígitos. Mas, de 14,25% em 2016, começou sua trajetória de queda, sem retroagir, até chegar a 2% atuais. Ontem, o referido Comitê manteve a SELIC em 2% anuais e acenou que ela permaneceria neste nível até o final do ano. Foi um ciclo de nove cortes por volta de três anos. Já para o mercado futuro, a SELIC poderá se elevar em 2021, mas não alcançará os 3% por ano.

Vendo o restante de 2020, a inflação que se encontra em 0,7% em oito meses, dificilmente ultrapassaria o piso da meta da inflação, estimado em 2,5%, qual seja o centro da meta menos o viés de baixa de 1,5%. O mercado financeiro estima que a inflação deste ano feche em no máximo 2,4%. Dessa forma, como a SELIC está no menor nível da sua história, dificilmente seria alterado pelo citado Comitê em 2020.

Em termos internacionais, a taxa básica dos Estados Unidos flutua entre 0% a 0,25%, dando prejuízo, em relação à inflação, a quem trabalhar com referida taxa fixa. A inflação americana é inferior a 2% anuais. Assim, taxas básicas baixas em sido a tendência mundial dos mercados financeiros.

Em tese, há muito espaço para os capitais financeiros migrarem das aplicações em renda fixa para os mercados de renda variável, tendo como maior referencial o mercado de bolsa de valores. Contudo, os ganhos de bolsa somente estão garantidos no longo prazo. No curto prazo se tem uma gangorra, muitas vezes traiçoeira.

 

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