CRESCIMENTO DA POBREZA E DA DESIGUALDADE
Desde 2014 que o crescimento da pobreza e da desigualdade no Brasil tem se elevado, encerrando um ciclo que começou em 2001 e terminou em 2013, quando mais de 24 milhões deixaram a pobreza absoluta como a relativa. O registro é do Banco Mundial (BIRD) divulgado ontem, revelando que a renda média do brasileiro cresceu, mas a dos mais pobres caiu cerca de 1,4% ao ano, de 2014 a 2019. Para ele, a situação brasileira é a pior na América Latina. O cálculo do BIRD considerou que 85 milhões de brasileiros, população correspondente a 40% do total, já poderiam este ano apresentar maior gravidade, perante a pandemia do novo coronavírus. Porém, o auxílio emergencial não tem permitido tal situação, em geral. Já os outros 60% da população já recebiam renda superior ao período anterior à pandemia, tendo obtido crescimento da renda anual de 0,3%, de 2014 a 2019. Os estudos do BIRD levam em conta as Pesquisas por Amostra de Domicílios. Levantamentos recentes apontaram que a parte mais pobre da população teve alívio temporário com o auxílio emergencial, mas vaticina o Banco Mundial de que muitos retornarão à situação anterior, quando cessar referido auxílio em dezembro.
O Banco Mundial considera a pobreza extrema aqueles que percebiam mensalmente R$178,00 per capita. Já os pobres a percebiam R$499,00 mensais.
O BIRD calculou também o índice de Gini nas citadas pesquisas. Ele estava em 0,525 em 2015. O menor indicador para o País, segundo ele, alcançando 0,550 em 2018. Em 2019 caiu para 0,547. Referido índice varia de zero a 1. Quanto mais perto de 1, mais concentrada é a renda.
A piora das condições do País se deu, conforme o BIRD, a partir do momento em que o Brasil teve de fazer uma política fiscal contracionista, em razão da anterior política expansionista do governo Dilma ter levado a déficit primário, em 2014, depois de 16 anos. Déficit este que permanece até hoje e se prolongará ainda por vários anos. Em seguida veio a queda geral do consumo das famílias e a perda do selo de bom pagador, conhecido também como grau de investimento, quando saíram do País muitos capitais até então aqui aplicados.
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