INFLAÇÃO EM AGOSTO REPETE A DEFLAÇÃO MENSAL

 

A inflação brasileira, medida pelo IPCA, voltou a registrar deflação pelo segundo mês seguido. Além do mais, é esperada outra deflação em setembro, pelos mesmos motivos do que aconteceu em julho e agosto. Assim a taxa inflacionária, calculado pelo IBGE, divulgada ontem, foi de – 0,36%. Em 12 meses consecutivos se encerrou em 8,73%. Agora já vem descendo do patamar de dois dígitos, pelo segundo mês seguido.

Não sem motivo, o Banco Central, também, em sua reunião de ontem, manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, encerrando o maior ciclo de alta da SELIC em 23 anos. A citada taxa, ainda assim, é a maior desde janeiro de 2017. Aconteceram doze altas consecutivas, com um aumento acumulado de 11,75%.  Citado ciclo foi começado em março de 2021, quando a SELIC estava na menor taxa da história, de 2,0% anuais. Entretanto, o banco dos bancos brasileiros disse que ela ficará estacionária por estes meses finais do ano e, provavelmente, pelo próximo semestre de 2023, para que cessem os efeitos de retroalimentação de níveis de preços e ela convirja para a meta divulgada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Por enquanto, a taxa inflacionária está acima da meta de 3,0%, mais o viés de alta de 1,5%. O BC não somente sinalizou que irá manter os juros básicos como também alertou que não hesitará em voltar ao ciclo de alta, caso não exista desinflação na economia nacional.

Os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas, Bolsonaro e Lula, estão convergindo para elevação do centro da meta de 3,0%, vez que a inflação ficou turbinada pela elevação dos preços das commodities e pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas, para isso tem que reunir o CMN para alterá-la.

O centro da meta veio de 4,5%, no período de 2005 a 2018. Em 2019, iniciou um ciclo de redução gradual do referido centro da meta e chegou até 3,0%. No entanto, a perspectiva de mudança do arcabouço fiscal do País, no que ambos os candidatos concordam em alterá-lo, com vistas à ampliação das despesas públicas, à alta inflação mundial não comportariam por alguns anos seguidos vindouros que ficasse tão baixa.

O cenário futuro da inflação, no que concordam as instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central, é de que a inflação venha para o centro da meta, mais o viés de alta.

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