TERCEIRA MAIOR TAXA NOMINAL DE JUROS
O Brasil tem a terceira maior taxa básica de juros nominal do
mundo. Em primeiro lugar está a Argentina com 60%, seguida pela Turquia com 14%
e o Brasil com 13,75%. As taxas nominais no País sempre foram altas, visto que
a inflação já teve fases de indexação, quando a inflação era projetada, seja
ela prefixada ou pós-fixada e hoje em dia se disfarça a indexação, dizendo-se que
foi extinta. Na verdade, no mercado financeiro e securitário, os juros são
elevadíssimos, visto que os banqueiros assim se justificam pelos elevados
depósitos compulsórios recolhidos pelo governo federal, através do Banco
Central. O certo é que os grandes bancos são aqueles que detêm taxas de lucros,
das maiores do mundo, na casa de dois dígitos, geralmente variando na faixa de
10% a 20%. As seguradoras não são diferentes. Por exemplo, a Caixa Seguridade
anunciou lucro nominal de 22% no segundo trimestre deste ano.
Quando se observa as taxas de juros reais, o Brasil ocupa hoje
o primeiro lugar. Os juros reais são os juros nominais descontados pela taxa
inflacionária. Mas, tal classificação nem sempre foi assim. Os juros reais se
tornaram os maiores do mundo, transitoriamente, visto que o BC está com juros
básicos da SELIC bem acima da inflação, sendo o adicional de mais de 2% ao ano.
Isto é o inverso do que esteve fazendo, quando há cerca de um ano praticou
taxas da SELIC de 2% ao ano, por longo tempo, dando prejuízo aos rentistas..
Entretanto a inflação está também sendo pressionada à redução
pela diminuição das taxas de ICMS sobre combustíveis e pela redução dos custos
da energia elétrica, os quais levaram o mês de julho a ter deflação, que poderá
se repetir em agosto. Os juros ainda permanecerão no alto, segundo projeção do
mercado financeiro, consultado semanalmente pelo BC, cuja mediana das consultas
estima 11% da SELIC em 2023.
O fato é que os juros no Brasil tendem secularmente a serem
altos devido ao fato de que o País precisa atrair capitais estrangeiros, dado
que a balança comercial é positiva, mas a balança de serviços é negativa, maior
do que a primeira, fazendo com os capitais externos ingressem para cobrir o
déficit do balanço de transações correntes.
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