IGP-DI VERSUS IPCA
07-02-2021
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula há mais de cinco décadas o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), outrora índice oficial de inflação. Entretanto, era calculado o IGP-DI somente para a cidade do Rio de Janeiro, tida como proxy da inflação brasileira. Porém, o governo federal decidiu já a bastante tempo que o IBGE deveria calcular a inflação brasileira para as seis maiores regiões metropolitanas do País, através do indicador das vendas no atacado, o chamado Índice Geral de Preços ao Atacado (IPCA). Claro, seria improvável, por ser muito disperso, afora o fato de que as citadas seis regiões concentram muito mais do que 50% da população do Brasil, calcular a inflação para 5.570 municípios do País.
A FGV desdobra o IGP-DI, em três outros. O Índice de Preços ao Atacado (IPA), o Índice Nacional de Preços da Construção Civil (INCC) d o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M). Todos os indicadores referidos têm várias distorções que aqui não se comentará. Porém, a distorção geral sim. Por exemplo, o IPA teve uma elevação de 3,92% em janeiro.
A FGV divulgou severa distorção, de que em janeiro o IGP-DI registrou alta de 2,91%, após avanço de 0,76%, em dezembro. Inflação tão alta como aquela anterior ao Plano Real. Visto o resultado geral, o IGP-DI acumulou uma elevação de 26.55%, em 12 meses. Em 2020, o IGP-DI fechou com alta de 23,08%.
Enquanto isto, o IBGE, em suas estatísticas preliminares afirmou que a inflação pelo IPCA fora de 4,3% em 2020.
É difícil mesmo se guiar pelas estatísticas oficiais. Relembre-se aqui o Ministro do regime militar, Mario Henrique Simonsen, engenheiro e economista célebre, que afirmou que a estatística era como o biquíni, “escondia o essencial e mostrava o acessório”. Em outra tirada sua, nos anos de 1970, quando o governo escondia a inflação, que recrudescia, ele explicava que a causa da inflação alta era pela elevação dos preços do chuchu.
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