06/02/2020 - FORÇA DE TRABALHO DO BRASIL




A população brasileira é de cerca de 210 milhões. Destes, 106,2 milhões constituem a força de trabalho (50,6%), também chamada por População Economicamente Ativa e Inativa, é composta de empregados e desempregados. Cálculos do economista Marcel Balassiano, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, citados por Miriam Leitão, em sua coluna de ontem no jornal O Globo, dão conta de que existem 67,4 milhões de brasileiros (63,5%) em situação mais precária, visto ser o assunto emprego. Deduz-se, por seu turno, que 38,8 milhões estão em condições formais de trabalho (36,5%), assegurados seus encargos sócio-fiscais.

Em dezembro de 2019, eram 41,2 milhões de trabalhadores informais (38,8% da força de trabalho), 11,6 milhões de desempregados (10,9%), 6,8 milhões de subocupados (6,4%), 4,6 milhões de desalentados (4,3%), 3,1 milhões não estavam disponíveis para as vagas (2,9%), somando-se, assim, 67,4 milhões (63,4%) de trabalhadores sem as garantias gerais dos trabalhadores formais.

Os números expostos mostram que o crescimento econômico encontra um dos principais obstáculos para o crescimento, qual seja de elevar o número de empregos e reduzir a precariedade do trabalho. Para removê-los é preciso atacar a causa fundamental, que é o investimento empresarial. Porém, este se retraiu ou não tem crescido porque a dívida pública tem se elevado, de, por volta de 50%, em 2013, para em torno de 75% do PIB em 2019. O que quer dizer isto? O que governo federal saiu de 16 anos de superávit primário para déficit primário, dede 2014, já no sexto ano seguido, que tem continuado elevado e sem perspectiva de esgotar-se nos próximos anos, não obstante a promessa da atual equipe econômica, de que zeraria o déficit primário. Não zerou. Neste seu primeiro ano de gestão o déficit primário fechou em R$95 bilhões. Não há forte perspectiva de zerá-lo nos próximos três anos. Assim, acreditam os empresários que o governo somente poderia eliminá-lo se elevasse tributos, o que cresce os custos e reduz seus lucros, fazendo com que as empresas arquivem seus projetos de investimentos. Dessa maneira, a medida clássica de reduzir a taxa básica de juros, que desde julho para cá, quando se reduziu 2,25% (caiu ontem a SELIC para 4,25%, menos 0,25%) anuais, o que tem tornado muitos investimentos com rendimentos negativos, principalmente a caderneta de poupança e as aplicações em renda fixa, não tendo surtido o efeito desejado de elevar as inversões em novos projetos.

A saída lógica está no que o mercado apregoa, o governo concorda e a sociedade espera pelas reformas estruturais, principalmente, a administrativa e a tributária.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE