05/02/2020 - LUFADAS FRIAS NO CRESCIMENTO
Os resultados divulgados de déficit comercial com o resto do
mundo em janeiro e o mau desempenho da indústria durante o ano de 2019 caíram
como duchas frias nas projeções de bom crescimento para 2020. Havia até aqueles
que acreditavam em 3% de incremento do PIB e muitos hoje convergem para a casa
de 2% em 2020. A economia doméstica parece estar com menor ímpeto e na economia
internacional permanece com o medo das repercussões econômicas dos ataques do
coronavírus. Ainda hoje se reunirá o Banco Central (BC), para examinar a taxa básica
de juros e grande parte de analistas financeiros, geralmente consultados pelo
BC a cada semana, sobre as projeções econômicas, acredita que ela cairá de 4,5%
para 4,25% ao ano.
As exportações brasileiras vêm caindo desde julho de 2019. É
diagnosticada essa queda com a redução de competitividade dos produtos
brasileiros. Na verdade, a queda comercial entre Estados Unidos e a China, além
da crise da Argentina e do baixo desempenho de vendas para a Europa, reduziram
as vendas brasileiras ao exterior.
Depois de crescer 2,5% em 2017 e de 1,0% em 2018, o setor
industrial brasileiro caiu 1,1% em 2019, conforme divulgou ontem o IBGE. Dos 26
gêneros industriais, 16 deles caíram de desempenho no ano passado. O grupo
extrativo-mineral puxou essa queda, vez que ele recuou 9,7%, acreditando-se no
forte revés da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Porém, não foi só ela a
causadora do mau desempenho. Outros segmentos estiveram bastante fracos. No
geral, a indústria está 20% menor do que o seu pico alcançado em 2011, consoante
cálculos do mercado financeiro.
Para o conjunto do PIB, já afirmava, em dois eventos no mês
de janeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, que o efeito da
liberação do FGTS deixou a desejar, bem como o desempenho morno da economia no
último trimestre de 2019.
Enquanto isto a bolsa de valores retorna seu ritmo de
crescimento para 115 mil pontos, perante seu pico de 119 mil pontos a poucos
dias atrás.
No cenário incerto revisto, o governo federal ainda não
enviou os projetos de reformas estruturais prometidas e não conseguiu ainda
aprovar no Congresso o marco regulatório da infraestrutura, dentre outros.
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