23/02/2018 - CORRUPÇÃO AFUNDA BRASIL ENTRE OS CORRUPTOS




Pesquisa anual da ONG Transparência Internacional colocou o Brasil próximo do fundo do poço dos mais corruptos. Ou seja, a percepção da corrupção dos brasileiros disparou em 2017, colocando o Brasil no 96º lugar entre 180 países. Do ano anterior para o ano em referência, quando o Brasil era 79º posto, ele afundou 17 posições. Por que ocorreu isto? Para a entidade, a operação Lava Jato escancarou a crise brasileira, sem trazes soluções. Irá fazer no próximo mês quatro anos. Em 2014, quando começaram as investigações da Lava Jato, o Brasil ocupava a 69ª posição, com 43 pontos na avaliação. As notas variam teoricamente de zero a 100. A atual situação é a pior desde 2012, mediante nota 37 (seis centésimos menos), apesar de a pesquisa existir desde 1996, com a mesma metodologia. A nota de cada país é dada a partir de uma série de levantamentos com entidades que fazem análises do setor público brasileiro, tais como a do Fórum Econômico Mundial, do encontro anual de Davos, além da pequisadora Economist Intelligence Unit, da bicentenária The Economist.

Os cinco países mais íntegros, com respectivas maiores notas são: 1º Nova Zelândia, 89 pontos; 2º Dinamarca, 88; 3º Finlândia, 85; 4º Noruega, 85; 5º Suíça, 85. Descendo na faixa de reprovação, encontra-se: 95º Timor Leste, 38; 96º Brasil, 37; 97º Colômbia. Os cinco últimos são: 176º Iêmen, 16; 177º Afeganistão, 15; 178º Síria, 14; 179º Sudão do Sul, 12; 180º Somália, 9. Notas dos menos para os menos corruptos.

O diretor da Transparência Internacional, Bruno Brandão, declarou à imprensa que as investigações brasileiras da corrupção trouxeram um tsunami de negócios ilícitos entre grandes empresários, governos, parlamentares, políticos, sendo muito destes últimos os que mais se beneficiaram dos esquemas corruptos, vindo impedindo a edição de uma lei contra a corrupção. Nas suas palavras: “Os fatores estruturais da corrupção nacional seguem inabalados. Não houve em 2017, um esboço de resposta sistêmica ao problema. Ao contrário, a velha política que se agarra ao poder e sabota qualquer intento nesse sentido. Se as forças que querem estancar a sangria se mostram bastante unidas, a população se divide na polarização cada vez mais extrema do debate público, a que acaba anulando a presença social e agravando ainda mais a situação.”

O projeto de lei das “dez medidas contra a corrupção” da força-tarefa da Lava Jato possui um viés excessivamente punitivo e negligencia a educação e a prevenção, segundo a referida ONG. Por isso, citada ONG analisa 80 projetos de lei sobre o assunto, além de realizar pesquisa com 300 entidades, tendo como objetivo oferecer um projeto de lei mais completo.

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