07/02/2018 - SAÚDE E EDUCAÇÃO SOFREM PERDAS DE 3,1% DE FORMA REAL




O governo federal prometeu, mas não executou para as áreas de saúde e educação, que teriam em 2017 um volume de gastos maior do que em 2016. Os gastos do governo saíram de R$191,2 bilhões em 2016, para R$191,3 bilhões em 2017. Descontada a inflação, as despesas nas duas áreas caíram 3,1% no mesmo período. A cada ano as despesas têm caído um pouco na área da saúde, mas em 2017 o recuo foi maior. Na educação, a queda tem sido menor. A queda chamou a atenção, já que é o primeiro ano de vigência da regra de tetos de gastos, que durarão 20 anos, podendo ser revista quando fizer 10 anos. Na saúde, o gasto efetivo foi de R$107,2 bilhões, quando o piso estabelecido era de R$109 bilhões. A situação não significa descumprimento, por parte do governo, da exigência constitucional, visto que o valor empenhado para a saúde foi de R$114,7 bilhões, acima do piso. Na educação, o gasto efetivo foi de R$84,04 bilhões, em 2017, perante R$84,19 bilhões, em 2016. Contudo, o Ministério de Educação entendeu que não houve descumprimento, visto que os valores empenhados (não foi informado o valor) soam como executados, já que se tratam de “gastos certos” pelo citado ministério.

Na verdade, educação e saúde não foram incluídas na regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação, em 2017. A partir de 2018, as duas áreas passarão a ter as despesas corrigidas pela inflação, como nos demais conjuntos de gastos públicos.

Conforme o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, os gastos mais importantes para a prestação de serviços em saúde e educação foram reduzidos drasticamente nos últimos anos. No ano passado, as ações de assistência farmacêutica sofreram corte real de 18,7%, enquanto a atenção básica em saúde perdeu 7,7%. O que ele considera grave é que os valores repassados caíram de R$68,8 bilhões em 2016 para R$65,5 bilhões em 2017, ou seja, uma queda de 4,8%, descontada a inflação do período. Considerando que a arrecadação irá crescer no longo prazo, é bem provável que a distância entre receitas e despesas seja grande no tempo de 20 anos, havendo menos dinheiro, em termos reais para as duas áreas em referência.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE