13/02/2018 - NA BERLINDA A CRUZADA PELA MORALIDADE
Conforme a Organização Não Governamental (ONG) Contas Abertas
são inúmeras irregularidades nos gastos públicos, mediante corrupção sistêmica
e privilégios que recebem funcionários públicos. A corrupção sistêmica vem sendo
combatida principalmente pela Cruzada Anticorrupção da Operação Lava Jato,
prestes a completar quatro anos de investigações e de condenações jamais vistas
de autoridades, políticos, empresários, doleiros, dentre outros, na história
brasileira. Há menos de cinco anos não se imaginava que havia um cartel de 29
empreiteiras fraudando obras públicas e obras estatais. Há pouco mais de 6 anos
(2011) não se imaginava existir a lei da ficha limpa. Há quase 20 anos (em
2001) passou a vigorar a lei da responsabilidade fiscal, que enquadrou a
ex-presidente Dilma e foi o principal instrumento responsável pelo seu
impeachment. Ainda no Congresso está a lei anticorrupção, muitas contribuições
da Lava Jato, mas desfigurada naquela Casa.
Agora, na berlinda para a moralidade, a ONG Contas Abertas trouxe
ao público o conhecimento de que cerca de 30 mil dos mais altos salários de
servidores da União recebem uma série de vantagens, além do salário de base,
burlando a lei do teto salarial de R$33 mil, que seria o máximo pago a um
ministro do Supremo Tribunal Federal. O Conselho Nacional de Justiça
identificou que houve juiz que recebeu mais de R$500 mil, de salários e
bonificações em um mês. Além do mais é comum ter-se na chamada elite do
funcionalismo federal salários engordados por penduricalhos. Isto é, nomes dados
a uma série de itens, tais como gratificações, ajuda de custos, ressarcimento
de viagens, remunerações por em encargos, cursos, diárias e muitas outras. O
que causa perplexidade, por estes dias, tem sido os 30 mil em referência receberem
auxílio-moradia, tendo residência onde trabalham, numa generalização de uma
liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, de que qualquer juiz poderia requerer
o benefício e que poderia ser atendido. São cerca de 17 mil juízes e 13 mil
promotores, que de 2014, data da liminar, até julho de 2017, receberam mais de
R$5 bilhões. Está tão gritante a anomalia, que a presidente do STF, Carmem
Lucia, pretende colocar em março a liminar do citado ministro.
Tem causado severas críticas ao fato de que os mais famosos
juízes e desembargadores da operação Lava Jato recebem citado auxílio e tem
residência na cidade em que trabalham. Já célebres estão Sérgio Moro, Marcelo
Bretas, Daltan Dallagnol, Victor Laus e Leandro Paulsen, dentre outros. Nenhum
abriu mão ou tentou devolver o indevido. Marcelo Bretas e a esposa, também
juíza, recebem ambos, o citado auxílio. Pesquisa da referida ONG no site do
Conselho Nacional de Justiça, apresenta, por exemplo, Sérgio Moro tendo recebido
em dezembro vencimentos de R$41 mil. O desembargador Victor Laus, também em
dezembro, percebeu R$106 mil. Quanto aos políticos, os adicionais são maiores
ainda, incluindo o auxílio moradia, a exemplo do pré-candidato, Jair Bolsonaro
recebê-lo há cerca de duas décadas, tendo imóveis no Rio de Janeiro e em
Brasília. Assim, no geral, os privilégios são gritantes, principalmente nos
poderes judiciário e legislativo. Mas, existem também muitos no poder
executivo.
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