07/02/2018 - IPEA RETRATA CALAMITOSA PREVIDÊNCIA
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é órgão
auxiliar do Ministério do Planejamento, na elaboração de políticas públicas,
desde a sua criação, em 1967. Analisando a situação previdenciária no País, o
IPEA a retrata como calamitosa. Não é achando isto ou aquilo são os números.
Sai presidente, entra presidente e eles vão criando benefícios que nem sempre
fizeram “fundos” para ter direito a aposentadorias. Veja o caso da
aposentadoria do trabalhador rural ou o benefício de um salário mínimo para o
cidadão declaradamente sem rendimentos, a partir dos 65 anos. Porém, o que tem
tornado vexatória a situação das suas finanças são homens e mulheres se
aposentando com cerca de 50 anos, enquanto a expectativa de vida já ultrapassa
os 75 anos. A título de exemplo, a idade média por tempo contribuição para a aposentadoria
em 2016 foi inferior a 55 anos. Logo, cerca de 20 anos viverá em média mais e
não criou fundos suficientes para isto. A situação do servidor público é
análoga a do empregado do setor privado.
Entre 1995 a 2017, o estudo do IPEA revelou que a despesa do
INSS com pagamentos de pensões, aposentadorias e benefícios quadruplicaram,
sendo descontada a inflação no período em tela. Saltaram de R$141 bilhões para
R$561 bilhões. No mesmo período, o déficit da previdência com o INSS passou de
R$1,1 bilhão para R$184 bilhões. Os 30 milhões de beneficiários do INSS
consumiram R$557 bilhões. Para pagar um milhão de servidores e militares
aposentados o dispêndio foi de R$123 bilhões. A relação é muito prejudicial aos
primeiros.
Em 2017, as despesas do INSS e com os servidores públicos
federais levaram mais de 63% do dinheiro que sobrou depois de pagar os juros da
dívida pública. Sem a reforma hoje no Congresso, calcula o IPEA que o
comprometimento será de 80% até 2026.
Por fim, o estudo do IPEA mostra que, nos últimos 22 anos, a arrecadação
previdenciária cresceu 4,6% ao ano. Percentual satisfatório. O grosso do
problema mesmo é com a aposentadoria precoce.
Em todo tempo de sua existência o IPEA esteve ao lado do
governo, visto ser força auxiliar, na ditadura e na democracia. Críticos se
referem ao fato de que as receitas para a Previdência não deveriam constar de
serem somente de deduções dos salários e da contribuição patronal. Referem-se a
que a COFINS, o PIS, o PASEP deveriam ser receitas previdenciárias, porque
foram criadas as citando, mas isso nunca constou da contabilidade nacional.
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