17/02/2014 - CENÁRIO PREOCUPANTE DO FED
Críticas da nova presidente do
Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve ou simplesmente FED), Janet
Yellen, em sua primeira semana de posse causou estragos à imagem brasileira,
construída em duas décadas. Desde o Plano Real (1994) foram reconhecidos
avanços em diversas áreas. A estabilidade da economia, isto é, inflação abaixo
de 10% ao ano, tendo chegado até a 3,1% em 2004, hoje por volta de 6%, já
preocupante, as reduções nas desigualdades na distribuição de renda, o
fortalecimento da classe média, que passou de 36% para 52% da população, dentre
outros motivos levaram ao Brasil a obter o grau de investimento em 2008. Quer
dizer, o atestado de confiança de capitais estrangeiros na condução econômica,
pagando juros mais baixos pelos empréstimos. Na verdade, o FED enviou um
relatório semestral sobre quinze países emergentes ao seu Congresso, onde o
Brasil aparece em 14º lugar, somente acima da Turquia, mas atrás da Índia,
Indonésia e África do Sul. Referido documento faz 11 citações sobre a
fragilidade da economia brasileira, dentre eles se destacam inflação em alta e
crescimento econômico baixo. Sim, o FED não é somente o Banco Emissor de
dólares, ele produz análises sobre diferentes economias mundiais, sinalizando
para onde os capitais internacionais, sejam americanos, europeus, asiáticos,
enfim, multinacionais, poderiam se dirigir, obtendo maiores lucros e menores
riscos.
O Brasil vinha batendo seguidos
recordes de investidores estrangeiros aqui de inúmeros países, em cerca de dez
anos. No entanto, a credibilidade conquistada parece agora ameaçada, consoante
relatório do FED. Citando o Banco Central brasileiro, em 2013 as empresas
estrangeiras investiram no Brasil US$41,6 bilhões. Isto é, US$11 bilhões a
menos do que em 2012. Já as empresas multinacionais brasileiras investiram no
exterior US$14,7 bilhões, em 2013, perante US$7,5 bilhões, em 2012. Isto é, não
somente empresas com sede no exterior, mas também empresas multinacionais com
sede brasileira estão apostando mais no cenário internacional do que no
nacional. Em suma, está patente que a visão otimista que as empresas
internacionalizadas tinham da economia brasileira mudou.
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