04/02/2014 - RACIONALIDADE FALTANTE
O princípio do homem racional é a
base na qual se sustentou a teoria clássica de economia. Até o marxismo, de outro
clássico, explica que há racionalidade capitalista, na medida em que a razão de
ser do próprio sistema econômico alicerçado é a acumulação de capital. O maior
neoclássico e, por isso, o criador da Teoria Geral, que é a “bíblia” da
política econômica, isto é, praticamente todos os países sabem que a gestão
econômica de curto prazo compreende três políticas econômicas: monetária,
cambial e fiscal, refere-se ao “espírito animal” do empresário, que é
justamente a máxima de que “o capital vai para onde é maior a taxa de lucro”, a
sua racionalidade. Logo, um país para ser forte, desenvolvido, rico, tem que
ampliar suas fronteiras. O maior exemplo das últimas décadas é a China, que em
sua abertura para negócios internacionais é hoje o segundo PIB mundial, somente
atrás dos Estados Unidos.
O Brasil nunca conseguiu deixar
de ser um “país pequeno” no comércio exterior. Não ultrapassa a faixa de 1% das
transações internacionais. É um país fechado. É bem verdade que até 1994 era um
país instável, sem moeda e governo confiáveis, considerado subdesenvolvido.
Porém, após o Plano Real gerou confiança internacional e é tido como um país
emergente. Durante a era FHC (1995-2002), a consolidação da estabilidade e as
crises externas não lhe permitiram avançar muito no comércio exterior. Durante
a era Lula (2003-2010) os negócios externos avançaram, até porque foi uma era
de grande prosperidade mundial. Proximamente de uma década o Brasil gerou
superávits expressivos. Porém, durante a gestão da presidente Dilma o superávit
definhou bastante, ao ponto de ela usar a “contabilidade criativa”, em 2013,
quando o superávit comercial foi de pouco mais de US$2 bilhões. Porém, se forem
retiradas as plataformas de petróleo exportadas, que não saíram do Brasil, o
déficit comercial externo alcançou US$5,5 bilhões. O déficit do balanço de
transações correntes superou US$80 bilhões.
A gestão de Dilma, diferente da
de Lula, não é muito afeita a desbravar mercados mundo afora. Lula deu passos
nesse sentido. No entanto, a presidente somente tem aparecido com acenos a
países ditatoriais, irrelevantes para a boa gestão internacional. Assim, no ano
passado perdoou US$1 bilhão a ditaduras longevas da África, bem como agora
financiou o Porto de Mariel, em Cuba, aporte de US$802 milhões, só na primeira
fase. Enquanto isso, por exemplo, tais recursos poderiam modernizar aeroportos,
portos e rodovias brasileiras.
Ameaçada por rebaixamento da nota
brasileira, mediante saída de capitais e recuo da política econômica do seu
governo, já ingressando no quarto ano, em tentativa de desespero participou
pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial, conclave anual de mais de quatro
décadas, que reúne os maiores investidores do planeta. “A nave vai”.
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