02/02/2014 - LÓGICA, CLAREZA, OBJETIVIDADE




A gestão econômica da presidente Dilma padece de lógica, clareza e objetividade. Por isso o sistema econômico nacional tem tido desempenho medíocre, crescendo a taxas por volta de 2% anual, em três anos, desempenho menor do que a média de oito anos de FHC, que foi de 2,3%. Só que FHC sofreu ataques especulativos, havendo a retirada de quase toda a poupança externa, esvaziando as reservas, fazendo com que o País recorresse ao FMI. Antes, tinha se defrontado com a moratória do México (1994), crises nos tigres asiáticos (1996) e a crise da Rússia (1998). A gestão de Lula se defrontou em quase todos os anos com momentos internacionais bons e adoção de políticas que incentivaram o crédito, isenções fiscais em áreas prioritárias, retorno de programa habitacional global e gastos governamentais, fizeram com que a capacidade ociosa praticamente não mais exista, a capacidade de endividamento chegou ao seu limite, estando esgotadas as possibilidades de crescer via principalmente do consumo global. A presidente Dilma continuou fazendo tudo isto, e mais, elevou a participação do Estado na economia, não promoveu as reformas econômicas prometidas, tal como a ansiada reforma tributária, ainda copiou a Argentina no que tinha de pior, no que desacreditou parte dos investidores com sua arrogância e fez malabarismo para fechar as contas públicas.

A lógica que faltou foi aumentar ainda mais a máquina pública, criando mais um ministério, cujos gastos foram superiores aos incrementos do PIB. Além do mais, a sua equipe ministerial foi podada em suas decisões. Ele fez um ministério menor do que as suas ações. Um ministério que andou a passos de cágado.

A clareza que faltou se desdobrou em malabarismos fiscais, cuja contabilidade usou os bancos estatais, BB, CEF, BNDES, para pagar dividendos fartos e antecipados, além da Petrobras, que definhou pela artificialidade dos preços, pela queda de investimentos, tornando-a mais importadora de petróleo e não autossuficiente como fora o discurso de oito anos atrás, agora omitido, assim como na contabilidade criativa desde 2010, chegou ao ápice em 2013, ao registrar exportação fictícia de plataformas da Petrobras, que nunca deixaram o País, com o fito de a balança comercial gerar o menor saldo comercial em pelo menos 10 anos, de US$2,6 bilhões. Refeitas as contas, o déficit da balança comercial seria de mais de US$5 bilhões. As manobras da contabilidade criativa são ilegais, assim como os incentivos discriminatórios afugentaram investidores nacionais e internacionais.

A falta de objetividade se mostra na indefinição, quanto a uma política econômica, que amplie o processo de concessões, que poucos passos deu, assim como a ausência de uma política industrial, perante graves problemas da retração da indústria no País e pelo agravamento do déficit em conta corrente de cerca de US$80 bilhões.

Em resumo, os analistas internacionais de risco estão ameaçando rebaixar a nota do Brasil. Enquanto o mundo se recupera de uma longa crise econômica, o Brasil parece que sinaliza que ingressará em mais uma, salvo melhor juízo.

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