HETERODOXIA VERSUS ORTODOXIA
12-02-2023
A grande discussão econômica do momento é sobre a taxa básica de juros, a chamada SELIC, que, na primeira reunião deste ano, foi mantida em 13,75%, bastante elevada, em relação aos dos outros países que adotam solução ortodoxa. Isto é, combater a inflação com elevação de juros básicos. A SELIC é a referência do sistema financeiro para praticar juros flutuantes em seu entorno, revelando taxa de juros reais acima de 6% ao ano. Do jeito que está é de perguntar-se se os empresários deveriam investir menos na produção e mais na aplicação de títulos públicos, quando os seus fluxos de caixa assim revelarem. O fato é que poucos negócios rendem 13,75% ao ano, em termos nominais e mais de 6,0%, em termos reais.
Economistas considerados heterodoxos lançaram manifesto de
reprovação aos juros elevados. O mais exaltado deles é André Lara Resende, que
ontem, em programa de TV, declarou que o País está ingressando em brutal
recessão. Referidos economistas cobraram do Banco Central queda da taxa básica
de juros, que permanecerá neste ano como bastante elevada, conforme comunicado
do Banco Central. O mercado financeiro, em mediana calculada pelo BC, acreditando
que a SELIC fechará 2023 em 12,75%. Quer dizer, fechará apenas 1,0%. Ademais,
conforme as mesmas fontes continuará em dois dígitos em 2024.
A taxa básica de juros é endógena ao modelo preditor do BC,
que se baseia em dados técnicos, após pesquisas primárias sobre preços.
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